Jorge Ben volta aos palcos e faz show enérgico

Lotado de hits, apresentação no Espaço Unimed durou mais de duas horas e teve ingressos esgotados.
Jorge Ben volta aos palcos e faz show enérgico Jorge Ben volta aos palcos e faz show enérgico

A feira de Acarí é um sucesso, mas o jeito contagiante de Jorge Ben não é um mistério. Depois de dois anos e meio enfurnado, ele e a banda do Zé Pretinho voltaram ao Espaço Unimed, em São Paulo, no sábado (10). 

Ben costuma botar seu xará no palco como um tipo de host especial. É com a regravadíssima Jorge da Capadócia que ele começa seu verdadeiro desfile de hits da música brasileira. 

Jorge Ben volta aos palcos e faz show enérgico
Foto: Instagram Espaço Unimed

Para dar conta de mais de 50 anos de palco, Jorge Ben enfileira em um pout pourri Santa Clara Clareou, Zazueira, e ainda acha espaço para homenagear Os Mutantes tocando A Minha Menina. 

O swing inigualável da guitarra, nascido a partir do álbum África Brasil, funciona como um tipo de ímã, uma força magnética que cola referências, culturas e ritmos em volta de Jorge Ben. E ao vivo a alquimia desses elementos considera a presença do público como parte do elixir. 

É impressionante como ele manteve as mais de duas horas de show sempre “em cima”. Só que não existe ranking que permita um setlist crescente. É tudo sempre “em cima”, sempre no 220v. E Jorge Ben manda Chove, Chuva, Obá, lá vem ela e País Tropical em sequência. Esse combo é tocado com tanta energia, com tanto entrosamento entre o artista e sua banda, que é impossível o público ficar de fora da sua gira musical.

Chove, Chuva, inclusive, virou trend no Tiktok e foi usada à exaustão na plataforma. Não é possível que isso explique um público majoritariamente mais jovem no show. Mas serve pra criar um novo tipo de mistério em como ele mantém o público renovado depois de tanto tempo. Só a música faz isso. 

Jorge Ben volta aos palcos e faz show enérgico
Foto: Instagram Espaço Unimed

O síndico do Brasil e amigo, Tim Maia, ganha espaço generoso com o cover de Do Leme ao Pontal, cantada com aquela graça carioca de um jeito que só o próprio Tim cantaria. 

Também em fileira, W/Brasil, uma das minhas favoritas, Que Maravilha, Magnólia e Ive Brussel, outros hinos da música brasileira, são executadas praticamente com o mesmo funkeado. Isso também acontece em Zumbi,  Bebete Vambora, Take it Easy My Brother Charlie e vai até Mas Que Nada. As mudanças nos arranjos, um pouquinho mais lentos, mas ainda assim bastante poderosos, não permitem que o público respire. E precisa? 

Quase na mesma hora do show em São Paulo, há quilômetros dali, no Rio de Janeiro, o Coldplay puxava Mas que Nada durante sua apresentação no Rock in Rio. O público do festival devolveu a homenagem gritando os primeiros versos da música com animação total.

Essa forçada coincidência serve como um pedido (ou previsão): já pensou se o próprio Jorge Ben Jor se apresentasse no Palco Mundo, na edição de 2023? 

Quero toda noite. 

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