Neste experimento, um grupo de curiosos profissionais decide desconstruir a representação do sistema solar tal qual fomos apresentamos: um cartaz em duas dimensões com os planetas em fila a partir do Sol como bolinhas de gude.
Se desde sempre construímos representações visuais, na mesma capacidade havia o desafio em expressar suas proporções como resultados, como dizem, meramente ilustrativos. Nossa percepção de mundo e sobre como nos relacionamos social, política e geograficamente com ele diz muito sobre estas representações. Mas convenhamos que geniosas são estas representações limitadas pela plataforma bidimensional que é um mapa de 1m ou uma tela de celular de 5 polegadas.
A proporção é um truque de percepção em escala e nele precisamos nos apegar com trunfos que nos são comuns e conhecidos. É mais fácil representar textualmente que, por exemplo, o desmatamento da Amazônia tem o tamanho de 3 estádios de futebol do que aproximadamente 5mil km² assim como visualmente é mais acessível apresentarmos a vastidão do espaço em um aglutinado de pontos luminosos em uma proporção de uma tela de televisão.
No vídeo a reconstrução desta percepção se faz a partir da extrapolação de sua representação bidimensional elevando sua escala ao limite do realismo ao utilizar a vastidão do deserto como plataforma tridimensional. Há a surpresa do agigantamento e de que tudo que parece tão perto está ainda mais distante, como a minha surpresa ao perceber que a lua já não se parece tão próxima como contam os contos.
Mesmo que ao final ainda possamos traduzir esta nova representação em duas dimensões novamente, ela não substitui nosso senso comum como quando nos pedem para desenhar uma casa e automaticamente traçamos aquelas duas formas simplórias de um quadrado como sólidas paredes cobertas por um clássico triângulo como telhado.
No fim ainda precisamos destas cartografias do velho mundo que dizem tudo o que precisamos para compreender o que há entre o céu e a terra e são, ainda, maiores do que conseguimos explicar ou racionalizar.