Do branding à empatia: Tarana Burke, do “me too”, no SXSW 2023

Fundadora do movimento destacou ainda a importância do senso de comunidade não apenas para iniciativas como essa, mas também para corporações
Do branding à empatia: Tarana Burke, do “me too”, no SXSW 2023 Do branding à empatia: Tarana Burke, do “me too”, no SXSW 2023

Tentar resumir em duas palavras simples, mas extremamente poderosas e que contassem a história dela e de milhões de outras mulheres ao redor do mundo: “me too”. Foi essa a inspiração de Tarana Burke quando deu nome ao movimento que busca gerar suporte e acolhimento àquelas que sofreram os mais diferentes tipos de abuso – e que não imaginam o tamanho dessa rede. “Queríamos algo que as pessoas batessem o olho e sentissem algo. E acho que deu certo”, se orgulha.

Entrevistada por Aliah Berman, Chief Diversity Officer da TBWA\Worldwide, Tarana foi uma das principais atrações do primeiro dia do SXSW 2023, nesta sexta-feira (10). E apesar de começar suas declarações dando uma aula de branding, ela rapidamente foi ao ponto central do movimento, que também pode facilmente ser resumida em uma outra simples (mas menos praticada e compreendida) palavra: empatia.

“A gente sempre pensa e pratica mais a simpatia do que a empatia. E a empatia é a forma com que nos conectamos com os outros e os entendemos. A gente não precisa ter a mesma experiência que as outras pessoas tiveram para ter empatia”, enfatizou.

Para ela, a falta de empatia é, muitas vezes, causada pelo sexismo e pelo patriarcado – conectada diretamente com a forma como os homens foram socializados. E isso fica claro em como casos de assédio, muitas vezes, soam nos ouvidos masculinos: “Quando uma mulher se levanta e conta sua históriade abuso, muitos homens só conseguem ouvir a história da vida de um homem sendo destruída, e não a de uma mulher sendo salva. E o que muda isso é a empatia”, revela Tarana.

Outro elemento fundamental para um trabalho de suporte e de integração é o senso de comunidade. E isso deve ser ampliado também para o universo corporativo: “‘Curar’ é onde se baseia 100% do meu trabalho, e é impossível fazer isso sozinha ou sem uma comunidade por trás. O senso de comunidade é um elemento fundamental tanto para o meu projeto como para qualquer outro, assim como deveria ser para qualquer corporação”, enfatiza.

Ainda nessa toada, a fundadora do “me too” alertou que as companhias devem se atentar ao comportamento humano de seus funcionários, muito mais do que posicionamentos vazios de suposto apoio a causas importantes. “Se você quer ser antirracista, antes de tudo, você precisa ser humano. O que as empresas devem fazer é entender a humanidade das pessoas que vão contratar e que têm na sua equipe. Muito além do discurso”.

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