Sou um fã hardcore da obra do Nick Cave. Tudo o que ele lança – seja em termos de música, cinema ou literatura – eu paro tudo que estou fazendo para ler. Se o Nick Cave lançar uma lista de supermercado, eu certamente vou querer ler.
Me interesso pela obra dele por dois motivos: primeiro, o quanto ele consegue mudar no decorrer dos anos em seu próprio estilo; segundo, ele é muito versátil em seu processo criativo. Logo, ler ou ouvir o Sr. Cave falar sobre como estrutura suas obras, sempre vai ser uma oportunidade imperdível pra mim.
Recemente adquiri (e devorei) o livro FÉ, ESPERANÇA E CARNIFICINA lançado pela editora Terreno Estranho. A obra é um compilado de conversas entre o jornalista Seán O’Hagan e Nick Cave feito durante o período da pandemia.
Como aponta a resenha do livro: Fé, esperança e carnificina é uma reflexão sobre crença, arte, música, liberdade, dor e amor. Criado a partir de mais de 40 horas de conversas íntimas com Seán O’Hagan, este livro é uma profunda exploração pensativa – nas palavras do próprio Nick Cave – do que realmente impulsiona sua vida e criatividade. De maneira muito honesta e direta, a obra se baseia na vida de Cave, desde sua infância até os dias atuais, seus amores, sua ética de trabalho e sua dramática transformação nos últimos anos. Por meio de suas várias observações e argumentos, Fé, esperança e carnificina oferece janelas de esperança e inspiração de um verdadeiro visionário criativo.
Temos no texto, uma intensa viagem pela vida de Nick Cave até a recente perda de seu filho Arthur e sobre como isso mudou seu olhar criativo.
Acima de tudo, é uma viagem sobre processo criativo.
Uma inspiração brutal para todos que trabalham com criatividade.
É uma passagem só de ida para a mente de um dos sujeitos mais brilhantes do entretenimento da atualidade.
Sem dúvida alguma, uma das cinco melhores leituras desse ano.