Pois não é que nas últimas semanas – sabendo do tema que tenho abordado aqui no Update or Die – o tal do Sr. Algoritmo tem se dedicado a chamar a minha atenção para vários tipos de arte inusitada?
E ele conseguiu, porque tenho descoberto tanta coisa legal, que não tem como deixar de fora da minha seleção.
Não é o caso dos 2 artistas desse post, pois eu já os conhecia, mas alguns novos nomes furaram fila, já apareceram aqui e outros vão entrar nos próximos capítulos e a torcida é para que cada um deles leve encantamento a você, leitor.
Antes de tudo, como sempre, para facilitar a vida de quem chegou agora e quer “maratonar”, está aqui a parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4.
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Ignacio Canales Aracil
Ele é espanhol – de Madrid – tem 40 anos e a originalidade do seu trabalho é fazer esculturas com flores secas em forma de vasos, que parecem cestos de cabeça pra baixo.
Ignacio Canales Aracil começou a pintar ainda criança e sempre quis fazer da Arte a sua profissão.
Ele fez o curso de Belas Artes na Universidad Complutense em Madrid, depois recebeu algumas bolsas de estudo que o possibilitaram se especializar em escultura no Wimbledon College of Art e, mais tarde, fazer o mestrado em Belas Artes no Chelsea College of Art, em Londres.
Mais recentemente, concluiu outro mestrado em Design de Paisagem na Universidad Politécnica de Madrid.
Sua migração da pintura para a escultura se deu quando morava em Londres e conheceu a tradição britânica de jardinagem. Passou a apreciá-la, reconhecendo que a natureza é uma fonte inesgotável de inspiração.
Flores prensadas já foram encontradas em túmulos no Egito há mais de 3 mil anos. Botânicos gregos e romanos eram conhecidos por preservar as plantas através de métodos que são usados até hoje, portanto a técnica que o Ignacio emprega não é novidade e ele diz:
‘Flores pressionadas entre o papel é tudo o que uso. Mas desenvolver moldes de papel com diferentes tamanhos e formas tem sido um desafio constante.”
Convidado para visitar os mais belos jardins privados da Europa e também os parques públicos, ele escolhe suas flores, uma a uma. Após a colheita, Ignacio os forma e os tece em torno de grandes moldes. Cada peça seca por um mês inteiro para atingir sua forma final.
As flores são mantidas juntas sem o uso de cola, mas uma vez secas são pulverizadas com verniz para protegê-las da umidade e torná-las rígidas o suficiente, para se manterem em pé, sem apoio.
Ao contrário do que alguns possam imaginar, as flores não passam por liofilização, que é o processo de desidratação por sublimação, onde a água congelada contida num produto vai diretamente do estado sólido para o gasoso, sem passar pelo estado líquido.
Suas esculturas podem, em teoria, permanecer intactas por longos anos, mas também podem perecer rápido, dependendo da conservação dada a elas.
Para saber mais do artista:
Site
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Maria Zontes
Sabe aquela frase que diz “não julgue um livro pela capa”? Pois bem, tem uma menina aí, que subverteu o significado desse ditado, porque ela é capaz de pegar um livro ruim e dar a ele uma capa extraordinária!
Claro que, definitivamente, não é o caso do maravilhoso “Cem Anos de Solidão”, do Gabriel García Márquez, da foto abaixo! rs
Essa menina de 22 anos, nascida no Pará, é a Maria Luíza Pontes de Oliveira, mais conhecida como Maria Zontes e faz arte em cima da arte (literária) dos outros, customizando capas de livros de maneira artesanal com ares vintage, usando uma técnica que ela mesma desenvolveu e deu o nome de “encadernação à tela”, porque é basicamente o mesmo método de pintura em tela, resultando num trabalho exclusivo, único.
A artista autodidata – diagnosticada na adolescência com superdotação – começou a pintar aos 3 anos de idade e logo todo mundo ao redor percebeu que o seu talento estava acima da média. Com o incentivo, ela foi se dedicando cada vez mais àquela atividade e a transição da pintura para a encadernação aconteceu quando ela procurou um caderno para comprar, com a capa do seu programa de tv preferido e não encontrou.
Resolveu fazer a capa por si mesma, foi um sucesso na escola, os colegas começaram a fazer encomendas e, aos 14 anos, o que era hobby virou profissão.
Vê-la em ação e conhecer todo o processo super trabalhoso que ela desenvolve, narrado por ela mesma é muito interessante!
O capricho dela vai além da capa do livro:
Cada obra leva de 2 a 3 meses para ficar pronta, dependendo da complexidade e hoje ela vive exclusivamente de sua arte e de seus cursos online.
Sua clientela aumentou de forma considerável e ela passou a atender às encomendas de todo o país, através de suas redes sociais.