Como virar o jogo: 5 dicas para deixar de ser frila e virar profissional independente

Você já parou para pensar na diferença entre frila e profissional independente? Compreender a diferença entre um e outro é importante porque ajuda a enxergar como se preparar para uma carreira mais independente.
Como virar o jogo: 5 dicas para deixar de ser frila e virar profissional independente Como virar o jogo: 5 dicas para deixar de ser frila e virar profissional independente

No meu primeiro artigo aqui no Update or Die, escrevi que, com o avanço do anywhere office provocado pela pandemia, o nomadismo digital ganhou outra dimensão, ampliando as possibilidades para quem deseja levar um estilo de vida mais flexível e móvel. Desta vez, gostaria de abordar o tema a partir de outro ângulo: você já parou para pensar na diferença entre frila e profissional independente? Num primeiro momento, isso pode soar como um jogo de palavras, mas não é. Compreender a diferença entre um e outro é importante porque ajuda a enxergar melhor como se preparar para uma carreira mais independente.

O frila, por exemplo, é geralmente contratado para preencher uma lacuna. É aquela pessoa chamada para realizar um determinado serviço e receber por ele, mas geralmente trabalhando com uma carga horária muito pesada, em horários nada convencionais e sem a sua devida valorização. É a “comoditização” do trabalho. Já o profissional independente é aquele que se enxerga como um empreendedor da própria carreira, o que se reflete no modo como se posiciona e se apresenta ao mercado, como precifica o seu serviço, na maneira que se relaciona com clientes, e nas estratégias que utiliza para construir sua reputação fora da estrutura de uma organização.

Talvez por não ter conseguido dedicar a devida atenção ao planejamento de sua carreira, o frila acaba pegando o trabalho que aparecer pela frente, comprometendo a qualidade de sua vida e, em alguns casos, até mesmo o resultado de suas entregas em razão do excesso de projetos num mesmo período. O independente, por sua vez, está exatamente onde quer estar, não procura emprego, e escolhe os clientes e projetos com os quais deseja trabalhar. Quer usufruir dos benefícios de uma vida mais autônoma, organizando-se para que isso de fato aconteça. Assim, utiliza métodos para gestão de tempo, definição de processos de trabalho e diferentes ferramentas que auxiliam a produzir com mais eficiência e eficácia. 

Como me tornei uma profissional independente

Muito do que falei até aqui eu aprendi na prática, como uma profissional independente. Comecei a trabalhar dessa forma em 2007. Por vontade própria, eu havia saído de uma grande empresa da área de produção no Rio de Janeiro em busca de dar um próprio rumo à minha carreira. Eu desejava escolher os projetos com os quais me envolver, privilegiando aqueles que fizessem sentido para mim. Também queria ter a possibilidade de participar de mais de um projeto ao mesmo tempo e trabalhar de onde quisesse – era a minha veia nômade começando a falar mais alto…

Foi nessa época que conheci a agência ℓiⱴε, por conta de um projeto que eu estava gerindo. A relação foi crescendo, e atuei como freelancer da ℓiⱴε por quatro anos, antes de entrar para o quadro fixo da empresa, em 2012. Foi uma transição natural porque tudo fez sentido – e tudo se complementou.

Mais recentemente, durante a expansão internacional da agência em Nova York, e agora, à frente da Ollo, também tive a oportunidade de observar de perto como os profissionais independentes atuam nos Estados Unidos.

Percebi, entre outras coisas, que lá eles são bastante criteriosos com os projetos em que se envolvem, especialmente em termos de alinhamento com interesses e propósitos. Outro aspecto importante é a precificação: os critérios de valoração (hora/profissional) e o escopo da atividade desenvolvida são bem estabelecidos. Do lado do contratante, há um grande respeito aos valores acordados e ao tempo para a realização dos serviços. O mercado brasileiro ainda não está no mesmo estágio, mas nota-se uma enorme evolução nos últimos cinco anos. Cada vez mais profissionais se tornam independentes por opção, para ter mais autonomia e liberdade.

Dicas práticas

Reuni algumas dicas para quem deseja virar o jogo e investir numa carreira de profissional independente – e também para quem já é, mas está sempre atento para avançar mais. Algumas das sugestões são tão importantes que serão abordadas em outros posts específicos – é o caso de precificação, da formação de rede de contatos e da criação de um bom portfólio. Mas já deixo umas primeiras pistas porque, quando observadas em conjunto, ajudam a enxergar melhor a jornada. 

1. Seja empreendedor da própria carreira

Estabeleça metas e objetivos. Enxergue o contratante como um cliente, e não um empregador. Pense em como atender bem o cliente e em formas de fidelizá-lo.

2. Ao precificar, trabalhe com hora/profissional

O frila geralmente não faz isso e acaba aceitando a verba oferecida para um determinado projeto. Mas o melhor caminho é calcular os custos que você tem ou terá com o projeto, somar a isso o lucro que deseja obter, e dividir pelas horas que deseja trabalhar na sua semana.

3. Faça um plano de marketing e comunicação de si próprio

Quando nos enxergamos como empreendedores da própria carreira, precisamos cuidar do nosso marketing pessoal. E isso passa por uma boa presença digital. Tenha um perfil ativo no Linkedin, escreva artigos no Medium ou em publicações que façam sentido para o mercado em que você atua.  

4. Amplie e cuide de sua rede de contatos

Além de produzir conteúdo que possibilite construir sua reputação como profissional independente, uma boa forma de prospectar é utilizar sua rede de contatos. Olhe sua agenda telefônica e os contatos no LinkedIn e analise quem pode ser um potencial cliente e quem pode apresentá-lo a você.

5. Prepare um bom portfólio

É importante ter um portfólio que possa ser acessado a qualquer momento pelos clientes. Se o seu está desatualizado, arrume um tempinho para deixá-lo pronto o quanto antes.

Bons trabalhos!

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