Não é um texto filosófico sobre a vida (ao menos não tenho intenção que seja), mas é sobre como aproveitamos nosso tempo quando ouvimos contos de outras pessoas, fictícias ou não.
Abordando esta temática, nossa mente pode ir direto para o final de séries como Game of Thrones, Dexter, Lost ou até mesmo How I Met Your Mother, que não entregaram o que o telespectador queria para o final… Mas ao mesmo tempo, como produzir a visão criativa e surpreender, chocar ou apenas abraçar milhões de vontades ao redor do globo? Não é tarefa fácil.
Não somente difícil, é uma tarefa que pode custar todo o questionamento da jornada.
Game of Thrones não terminou a muito tempo, e memes, replays, vendas de conteúdo da série caíram drasticamente simples por causa do final. História final que, se me perguntar, estava perfeita, mas contada do modo mais complicado possível para uma audiência, o modo “rápido”. O problema em si não foi o final, mas o modo que nos contaram, especialmente depois de treinados no passo lento original da história.
O próprio autor falou um pouco sobre o final, e publicamos aqui. De qualquer maneira, aproveitando o final de um ano estranho, proponho uma ideia: Assistir apenas conteúdos que ainda não viu, mas antes de mais nada, que tal começar pelo final?
Funciona assim: Busque um seriado, um livro ou um filme que teve alguma curiosidade mas nunca aquela curiosidade suficiente para ver. Leia a sinopse, veja alguns trailers, e busque um rápido “ending/finale explained”, veja o conteúdo e pense no que sentiu e achou. Você, então, assistiria para ver apenas a jornada?
Vou colocar alguns exemplos, e fica o alerta de que vou contar uma base da série e o final:
The Leftovers (2014–2017)
A história começa em um dia qualquer, e o planeta passa por uma situação chamada “the departure”, que é o desaparecimento de 2% da população global. Não sabemos para onde, como, quem ou o por quê. Assistimos então um grupo de pessoas em uma pequena comunidade de Nova York tentando continuar suas vidas enquanto enfrenta a tragédia da natureza inexplicada do evento.
Sabemos que na terceira, e última temporada, existirá o aniversário de três anos do acontecido. E agora uma parte das pessoas acreditam que existirá um cataclisma bíblico para varrer “quem ficou” da face da terra. Mas na verdade, enquanto seguimos um dos arcos da história, uma mulher que perdeu seus filhos e marido no acontecido, se encontra em uma situação em que ela poderá saber o que aconteceu com as pessoas, ela aceita a oportunidade.
Descobrimos que ela vai para um universo paralelo, uma outra dimensão, com um universo espelhado ao nosso. Neste planeta Terra, na mesma cidade em que ela vive, mais do outro lado, estão os 2%. Veja, apenas os 2% da população. Ou seja, nesta Terra em que ela consegue visitar, 98% da população desapareceu, que é exatamente de onde ela é. E de repente ela percebe que na verdade ela foi uma das pessoas “sortudas” que não foi levado para um lugar onde todos precisam lidar com o sumiço de 98% de toda população.
Agora, um mais complicado: Estou pensando em acabar com tudo (2020).
Fiz uma publicação contando o final, porque acredito que boa parte da audiência poderia se interessar a partir do momento que se transforma em cúmplices de algo mais complexo, que é a mente humana, do que jogadores de pequenas peças de quebra-cabeça que exige um conhecimento vasto muito além do filme. Você pode ler mais aqui.
Meu experimento não leva em consideração conteúdos que sofrem com mudanças drásticas de “caminho” por qualquer que seja o motivo, ou quando a empresa que investe, exige continuação mesmo com o público sentindo que a história já tomou todo seu curso.
Mas fica a dica para expandir um pouco além do que vemos hoje.
E você, assistiria?