Na última quarta-feira (5), a Meta, proprietária do Instagram e do Facebook, introduziu o Threads, uma rede social projetada para competir diretamente com o Twitter, tornando-se uma possível ameaça à rede social de Elon Musk.
O funcionamento do Threads é praticamente idêntico ao do Twitter: os usuários podem postar texto e links, responder ou compartilhar mensagens de outras pessoas. O aplicativo permite que os usuários usem suas credenciais do Instagram para criar rapidamente uma conta e transferir seus seguidores existentes para a nova rede.
“Deveria haver um aplicativo para conversas públicas com mais de 1 bilhão de pessoas”, afirmou Mark Zuckerberg, CEO da Meta, em uma publicação em sua conta no Threads. “O Twitter teve a oportunidade de fazer isso, mas não acertou em cheio”.
O novo aplicativo da Meta alcançou mais de 10 milhões de registros nas primeiras horas, de acordo com Zuckerberg. Claramente, esse número ainda está bem distante dos mais de 300 milhões do Twitter.
As ações da Meta (M1TA34) tiveram um aumento de 1,7% durante as negociações pré-mercado em Nova York. A concorrente Snap Inc. (do Snapchat) teve uma queda de menos de 1%.
Confira aqui um vídeo do InfoMoney que resume a nova rede:
Lançamento e provocações
Segundo dados da Bloomberg, apesar do pico de registros na plataforma, o Threads se manteve estável, com apenas relatos esporádicos de falhas temporárias.
Em relação à demanda, Connor Hayes, vice-presidente de produto da Meta, afirma que muitos influencers do Instagram pediram à empresa para criar um aplicativo baseado em texto.
“Os criadores nos diziam: ‘Queremos uma alternativa para o que existe atualmente e não queremos começar tudo de novo e ter que construir uma base de seguidores do zero'”, disse Hayes em entrevista, sem citar especificamente o Twitter, de acordo com informações da Bloomberg.
Não é a primeira vez que Instagram e Facebook lançam recursos semelhantes aos de seus concorrentes. O recurso Reels da empresa foi anunciado após o sucesso do TikTok, e a opção de stories temporários surgiu após a ascensão do Snapchat.
Na quarta-feira (5), Zuckerberg twittou pela primeira vez em 11 anos — alfinetando seu rival bilionário, que por sua vez chamou o Instagram de falso.
Musk respondeu à provocação declarando que “é infinitamente melhor ser atacado por estranhos no Twitter, do que se entregar à falsa felicidade de esconder a dor no Instagram”.
Oportunismo da Meta?
A Meta pode estar aproveitando um momento de turbulência no Twitter.
Desde que Musk adquiriu a rede social por US$ 44 bilhões em outubro, a empresa demitiu milhares de funcionários, afrouxou suas políticas de moderação de conteúdo e enfrentou desafios financeiros: a receita de publicidade da empresa sediada em São Francisco caiu 50%, disse Musk em março, e recentemente contratou Linda Yaccarino, da NBCUniversal, como diretora executiva para tentar melhorar o relacionamento com
as marcas.
Desde o lançamento do Threads na quarta-feira (5), o Twitter ainda está limitando o número de tweets que os usuários podem visualizar por dia – uma medida que Musk chamou de “temporária”.”