Na década de 70, o racismo pegava fogo nos Estados Unidos. Brancos, negros e hispânicos eram grupos bem definidos e em 1971, um professor em Austin/TX (Elliot Aronson) fazia malabarismo com bomba, administrando essa convivência difícil entre crianças de 8 a 17 anos. Foi aí que teve uma ideia e desenvolveu uma dinâmica nova. O famoso “vamos fazer uma aula diferente hoje”.
Fez assim:
01) Dividiu a turma em grupos heterogêneos, cada um com um tópico diferente sobre o tema da aula. Se fosse sobre frutas, havia o grupo da maça, da laranja, da banana, e assim por diante.
02) Em um dado momento, um representante de cada grupo fazia uma visita a outro grupo para levar e receber informações extras e retornava para compartilhar com o grupo original.
03) Ao final, todo mundo tinha que saber tudo sobre tudo. A única maneira disso acontecer era colocando as diferenças de lado, já que os “visitantes” circulavam com informações exclusivas, preciosas e fundamentais. O professor administrava os atritos simplesmente lembrando quantos minutos faltavam para acabar a aula, e a importância dos “visitantes”.
Exemplo:
01. Segunda Guerra Mundial: Grupo I (Ascenção de Hitler), Grupo II (campos de concentração), Grupo III (participação britânica), Grupo IV (participação da USRR) e Grupo V (participação do japão).
Vantagens: integração do grupo (diminuindo bullying inclusive), motivação, mistura, aluno ensinando aluno (ensinar: a melhor maneira de aprender), simulação de um cenário de vida real, entre outras.
Essa técnica evoluiu e ganhou o nome de Jigsawing (uma alusão – com cara de image bank – das peças do quebra-cabeça que se encaixam e tal), e é reconhecida como uma excelente e fácil dinâmica de aprendizado colaborativo entre crianças. Hoje existem variações turbinadas da dinâmica “aluno-ensinando-alunos”, no ensino superior, principalmente em medicina. E não é, obviamente, uma exclusividade do universo acadêmico já que as trocas são inerentes aos seres humanos e é exatamente a mesma coisa que fazemos todo santo dia na internet e nas redes sociais. Aqui por exemplo, cada updater do nosso “grupo de updaters” traz e/ou leva algum conhecimento de outros grupos (seus trabalhos, seus networks, experiências, etc).
O sistema colaborativo é a base das trocas (interessantes) que ainda serão feitas no nosso querido planeta recém-cabeado e pronto para intercâmbios mais ambiciosos. Fundamental na formação das novas gerações. Conheço algumas iniciativas interessantes em escolas e sei que as várias linhas de ensino (que tanto me confundem) tem dinâmicas parecidas e com os mesmos objetivos que a jigsawing. Sugiro que você leve o tema na sua próxima reunião de pais e mestres (vai né?). Se você conhece alguma, por favor, compartilhe pelos comentários.