Em meio a uma surra de painéis apresentados por gigantes da tecnologia, comediantes, músicos, políticos, e até o mestre Yoda, dar de cara com um bispo em pleno SXSW pode parecer, no mínimo, curioso.
Considerado um dos comunicadores mais influentes do Vaticano, o bispo Paul Tighe liderou a discussão “Compassionate Disruption: Innovation and The Vatican”. Este foi o primeiro painel do gênero no SXSW.
Quando sua instituição soma 1,2 bilhões de pessoas e você está aí há mais de 2 mil anos com muitos “seguidores”, digamos assim, há muito o que considerar sobre novas mídias e tecnologia.
O ponto central aqui foi sobre como a maior e mais antiga comunidade do mundo passou a adotar as novas mídias para encorajar a fé. Todos nós estamos em busca da conectividade, seja a da alma ou do wi-fi, certo?
Há 10 anos, pouco depois do Twitter fazer sua estreia no SXSW Interactive, o Vaticano hesitou em se envolver. A instituição ficou insegura de como interagir com essa nova mídia, e até mesmo se perguntou se deveria interagir ou não.
Cinco anos depois, o Papa Bento XVI criou um perfil oficial no Twitter (@pontifex), que hoje é alimentado pelo Papa Francisco, um dos líderes mais influentes do mundo. Dar o primeiro passo no universo digital foi uma decisão bastante simbólica para a igreja na época, que teve que lidar com uma onda de reprovação dos mais fiéis conservadores.
Tighe também falou sobre a enorme responsabilidade em gerir as redes sociais do Papa, considerando o quanto a igreja católica pode influenciar também nossas vidas.
“Quando o Papa Francisco nos deu instruções, ele disse ‘Uma das coisas que eu quero fazer, acima de tudo, é encorajar as pessoas. O mundo é duro, vamos ao menos encorajá-los’”, contou. E acrescentou: “Desde o início estava muito claro que nós nos integramos às mídias sociais como uma marca tentando medir desempenho. Nós estamos usando uma ferramenta para compartilhar a palavra de Deus”.
Fazendo um esforço por performance ou não, vale mencionar que durante o painel, #GODatSXSW foi número 1 nos trending topics de Austin no mesmo dia que o ex-vice presidente Joe Biden e Mark Cuban deram o ar da graça.
Não restam dúvidas: o Papa é pop.
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