O punk é um movimento rico em termos de referências, mas sua principal característica é a oposição aos excessos do mainstream. Seja na música, na política anarquista, na atitude, nos penteados e na moda, ou melhor, na anti-moda e no anti-consumismo.
As roupas eram peças únicas e customizadas, sempre detonadas de propósito. Eram rasgadas, raspadas, cortadas. E as jaquetas tinham um simbolismo ainda maior, sempre servindo como apoio à frases e slogans, também desgastadas e cobertas com barro, sangue, pregos, etc.
Abaixo algumas dessas jaquetas fotografadas nos anos 70, na Grã-Bretanha.
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O visual punk teria sido inspirado pelo visual “sexy” sadomasoquista, isso na teoria pois, o visual punk tem elementos de culturas diversas e também usa elementos “pós-apocalípticos”, com intensão de conflitar visualmente com a suposta ordem e padrão social da década de 70.
Já hoje em dia mais aceito “socialmente” e tendo sido explorado até mesmo comercialmente, é mais aceito porém, ainda chama a atenção e causa choque a alguns…
Mas o assunto do post seriam as jaquetas, ahhhh as jaquetas!!!
A armadura anti-social de qualquer punk, antes de mais nada é uma vestimenta protetora, forte e durável, usada como proteção contra o frio, a chuva, esfolões, cacetadas, estiletadas, etc.
Porém também mais que isto, cada punk customiza a sua armadura projetando nela sua própria personalidade no melhor sentido do D.I.Y….
Coloca nela de forma panfletária suas idéias, pensamentos, críticas sociais, angustias, expressões artísticas… Faz daquela vestimenta seu “cartão de visitas” para os desconhecidos, e sua cédula de identidade para os amigos e conhecidos.
A simbologia utilizada expressa suas convicções (a)políticas, pode também expressar a qual grupo ou gangue pertence.
Para os desavisados todas parecem iguais, mas pra quem vive aquilo ali é realmente uma identidade visual inconfundível, pois na maioria das vezes se reconhecem amigos ( ou inimigos) mesmo com rostos cobertos, apenas pelos “patches” que estão costurados na jaqueta.
Os rebites, tachas, correntes, zípers são elementos que contrastam com o preto, dando à aquela vestimenta ainda mais originalidade refletindo o choque visual causado pelo reflexo distorcido de uma sociedade decadente e em desarmonia.
A estética punk une elementos de todo o tipo, não existe um padrão até por que a quebra de padrões é um dos motivos de tal estética agressiva.
No Brasil os punks mais tradicionais ainda usam muito o visual estilo 77, mas existem também outros grupos como os anarco-punks (punks anarquistas ativistas, muito mais politizados e engajados socialmente) que não usam estas referências visuais com tanta intensidade, mas usam sim elementos da cultura afro, indígena, naturalista, mescladas ou não ao visual mais conhecido.