Além das Financeiras, dos Bancos e das Fintechs, uma nova onda de Youtubers estão correndo atrás desse novo público interessado em investir e lucrar. A internet, mais do que qualquer outro meio é o maior aliado por disseminar as “novas” possibilidades de investimentos, com vídeos descolados e explicações mastigadinhas para o público comum.
Só para se ter uma ideia, o número de investidores ativos no mercado de ações brasileiro deu um salto de 60%, assim como o capital de giro do mercado de ações, que também atingiu estrondosos R$ 15 bilhões, um aumento de 5,8%, se comparado ao mesmo período do ano passado. Somente neste ano, a Bolsa de Valores (B3), subiu mais de 14%, praticamente a mesma valorização (15%) registrada em todo o ano passado. E você aí rolando o Stories do Instagram o dia inteiro… brinks!!! Eu também.
As crises globais e o medo por um futuro incerto também justificam o crescente número de conteúdos que falam sobre o mercado de ações e outras modalidades de investimentos. Recentemente, a B3 ultrapassou a barreira de 1,1 milhão de pessoas físicas. Isso, porque o brasileiro está se informando mais sobre as várias modalidades de aquisições, suas siglas estranhas e as novas possibilidades retorno financeiro.
Algum tempo atrás o brasileiro pensava que investir na bolsa era coisa de gente rica. Isso se devia à ausência de informações, que se limitavam a canais muito segmentados, tais como, os informativos bancários ou aquelas páginas específicas nos periódicos brasileiros, repletas de estatísticas e números maçantes.
Neste sentido, os Youtubers, com suas explicações divertidas e simplificadas, estão se tornado cada vez mais relevantes no mercado de ações, levando pessoas comuns, gente que usa jeans e camiseta (você já assistiu Billions?), a atingir grandes metas financeiras, com a diversificação das carteiras. E o melhor, mostrando que poupar ou viver de renda é algo tangível.
O brasileiro, sobretudo da massa conectada, está bem informado e já entende que vídeos apelativos, com propostas mágicas de ganhos fantasiosos em curto prazo, (a exemplo do vídeo da famosa Betina), não passam de armadilhas. A poupança ainda lidera como modalidade favorita de investimentos, contudo, mais da metade da população brasileira (58%) ainda não faz qualquer tipo de investimento.
Nos EUA já é possível comprar ações do Facebook, Spotfy, Netflix ou Google, na fila de um mercado. Isso parece estranho para nós, mas uma empresa chamada Stockpile já vende “cartões de presente” de ações, nas redes varejistas.
Os canais do Youtube, como Primo Rico, Me Poupe e até o Favelado Investidor, bem como vários canais das próprias financeiras e bancos, estão interessados em ensinar e atrair essa clientela que tem um dinheirinho sobrando e pretende investir. Os títulos desses vídeos são atraentes, objetivos e vêm conquistando milhões de seguidores e curiosos.
Países como os Estados Unidos, Inglaterra e China já possuem uma grande massa de investidores consolidados. O Brasil, apesar de ter um pregão sólido e relevante para o mundo, vem construindo essa cultura de educação financeira, buscando novos investidores, principalmente entre as gerações que constituem a grande massa trabalhadora, as gerações X e Y. Para se ter uma ideia, A B3, que fica em São Paulo, é a maior bolsa da América Latina, no entanto ela ainda está na 18ª colocação entre as bolsas mundiais.
Este artigo foi escrito ao som de The Killers – fonte, fonte, fonte e fonte