Inteligência artificial, o inimigo invisível

A criatividade vai se transformando em uma velha senhora abandonada pelos negócios.
Risk of artificial intelligence as an angry AI cyborg as a future technology fear of intelligent robot machines causing a security danger as a 3D render.
a inteligência artificial limitando o potencial criativo

Condicionado ao código, faço meu texto com as melhores palavras aceitas pelo Google. Assim agrado ao algoritmo e sou mais visto. Esta é a inteligência artificial limitando o potencial criativo. Já não escolho minhas criações de um ponto livre e subjetivo, mas partindo de um pressuposto estruturado por banco de dados. Criatividade vai se transformando em uma velha senhora e aos poucos vem sendo abandonada pelos negócios. É assim que perdemos a nossa capacidade de surpreender.


O Cinema pode ser um exemplo de indústria criativa com financiamento de projetos baseado em escolhas do código. O modelo streaming utiliza informações geradas pela audiência para calcular o melhor gênero para o momento, condicionando suas escolhas a uma cartilha produtora que prevê com cada vez mais qualidade os resultados de lançamento. Os negócios criativos, que já são homem-maquina pelo potencial de processamento e armazenamento, estão menos homem e mais máquina no jeito que pensam suas interseções no mundo.

pequenas empresas partem para o caminho de campanhas que não surpreendem


Na indústria da publicidade, as pequenas agências são as que mais podem sofrer com as mudanças dos próximos anos: se espremem no subúrbio da inteligência de dados, não tem ferramentas suficientes para uma entrega numérica efetiva e já não conseguem surpreender criativamente, condicionadas pelas funcionalidades de análise de resultados implementados por redes sociais, que já são acessíveis ao usuário comum e não somente uma ferramenta de gestão publicitária.

Advertisement

O paradoxo é que esse fenômeno faz com que pequenas empresas partam para o caminho de campanhas que não surpreendem, pois tem que produzir de maneira mais veloz, enquanto a única diferença humana para máquina é o potencial subjetivo para a criatividade. Pequenas agências vão precisar arriscar ou ficarão obsoletas. As grandes agências também passam por modificações profundas, mas tem capacidade técnica e aparelhagem para absorver as novas inteligências e flexibilizar seus modelos.


Na indústria criativa estamos sempre mergulhados na sede produtiva, em projetos simultâneos que tomam todo nosso tempo, mas nunca foi tão necessário sair da prática e entrar em momentos de reflexão sobre o processo da comunicação. Olhar como espectador e não como indivíduo atuante, antes que nossas decisões estejam tão condicionadas à essas estruturas que todos os passos seguintes possam ser calculados na velocidade da luz.

Add a comment

Deixe um comentário

Keep Up to Date with the Most Important News

By pressing the Subscribe button, you confirm that you have read and are agreeing to our Privacy Policy and Terms of Use
Advertisement