Enquanto você cria uma dancinha no Tiktok, o seu rosto se transforma em uma informação para um banco de dados, junto com sua localização, suas interações e seus comentários. Há indícios de que o aplicativo calcule o tamanho do espaço em que o vídeo foi gravado, já que seu algorítimo é feito para esconder ‘lugares feios’. Neste fluxo, o Tik Tok alimenta seu banco de informações com um bilhão de videos vistos a cada 24 horas. O problema é o que pode acontecer com uma quantidade de informações tão poderosa.
Deep Fake – A Fake News 2.0
Rostos com fala e gestos produzidos por softwares, criados por programas que usam bilhões de informações da internet. É possível criar pessoas que não existem ou discursos falsos de figuras públicas. O mais importante da técnica é uma alimentação constante do banco de dados. Assim, a inteligência se retroalimenta com o fluxo de informação da rede e as possibilidades ficam cada vez mais potentes. A técnica já é realidade e um problema sensível é a acessibilidade do formato para produção de peças em campanhas eleitorais.
O banco de dados do Tik Tok pode ser um combustível devastador para produções de Deep Fake, e Deep Fake é a Fake News em um modelo evoluído, muito mais potente. O que acontece se os dados dessa rede vazarem, como aconteceu com o Facebook? Se notícias falsas com estética amadora fizeram estrago na opinião pública, o que pode acontecer com videos que não conseguimos reconhecer a falsidade e a internet infestada de rostos que não existem? Como o Tik Tok se posiciona em relação à proteção aos seus usuários?
O problema do discurso de cadeia global de mercado são os também interesses globais em todos os países e o crescente poder de agentes externos no cenário eleitoral. Decide eleição quem tem mais inteligencia informacional sobre o eleitor.
A tendência é que as ferramentas de Deep Fake fiquem cada vez mais baratas e acessíveis, dado a velocidade de crescimento e a capacidade de processamento das máquinas, e não é coincidência que países façam leis rigorosas contra o Tik Tok. A Índia, que tem um próprio ministério de tecnologia da informação, proibiu o aplicativo no país.
Surgem ainda outras ferramentas preocupantes para o futuro das notícias falsas, como softwares que automatizam a criação de textos com cada vez mais perfeição, outro assunto que merece um próprio artigo. Coletas de informações maquiadas no discurso do entretenimento são perigosas e precisamos construir uma consciência sobre o que estamos alimentando com nossos videos de 15 segundos.