A Publicidade Vai Ao Cinema | A cultura de influência no filme “Oitava Série”

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A diferença entre usar a internet e crescer com ela é retratada de maneira muito natural em “Oitava Série”, filme de estreia do ex-youtuber, Bo Burnham. Kayla Day é uma menina de 14 anos que está terminando o que seria o nosso ensino fundamental.

Introvertida, ela se transforma quando grava vídeos para o seu canal. É divertida. Inteligente. Segura. Fora dele, tem espinhas, não faz o tipo padrão do colégio, não é popular. Isso não quer dizer que seja uma fracassada.

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Para essa menina, o Youtube é a forma legítima de conexão, educação e aprovação. O diário virtual de Kayla é um pedido de socorro: ela está completamente perdida, como qualquer um na mesma idade. Agora a internet não é um meio de falar das suas ansiedades; é a própria mensagem.

Kayla segue à risca o roteiro de “como se transformar numa pessoa melhor” que consome. Não há influenciadores digitais no filme, mas a existência deles e toda a cultura criada a partir dessa atuação, está lá. É interessante ver como o comportamento influencer se reflete nas atitudes da protagonista. Ninguém quer ser influenciado, todos querem influenciar.

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Lembram de “A Rede Social”, de 2010, o filme do Facebook? Foram os primeiros anos da transição entre “ser alguém” importante online e não ter o mesmo sucesso off-line.

Já em “Oitava série” on e off são quase a mesma coisa porque refletem uma cultura que mudou muito rápido, mostrando as consequências dos relacionamentos quebrados por uma tecnologia que deveria nos influenciar positivamente. Mark Zuckerberg é o anti-herói moderno. Kayla não sabe o que ser, contanto que essa figura patrocinada seja aceita.

Essas particularidades são criadas justamente porque é o trabalho de um ex-youtuber. A forma verdadeira, um pouco crua e sensível como Bo Burnham dirige os problemas de Kayla, a sua vontade em existir através de uma rede social e não apesar dela, faz de “Oitava Série” um pequeno estudo sobre nossa época. As ansiedades dos adolescentes mudaram. O Youtube é parte do rito de passagem entre duas fases. Burnham fala qual é a senha de acesso ao novo universo: pra existir, basta um view. Kayla vai descobrir que viver é outra coisa.

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