Semanas atrás, a New York Times re-publicou um artigo escrito há 50 anos por Milton Friedman sobre o papel dos negócios na sociedade. No artigo, Friedman argumentou que, embora os indivíduos tenham deveres morais e éticos, uma empresa não os tem (apesar do fato de ‘existir por causa das pessoas’). O NYT republicou o artigo com comentários de líderes empresariais, apontando o que Friedman acertou e o que errou. O mundo mudou e nossas perspectivas também.
Recomendo a leitura com os comentários.
O artigo me fez pensar sobre a sabedoria convencional da IA e o que estará certo e errado em 50 anos… Meus dois centavos sobre alguns pontos da lista:
Acertos:
- A corrida AI aconteceu. Quem quer que tenha uma vantagem decente em tecnologia de IA será a nova superpotência mundial.
- O metaverso existe. Algumas pessoas passarão cada vez mais tempo em mundos virtuais, e os agentes de IA terão seu próprio mundo com política, economia, opiniões, influências, etc.
Erros:
- O caminho para a “IA Generalizada” não é a esperada. Acredito que ainda faltam 40-50 anos e, quando olharmos para trás, pensaremos que todas as nossas teorias de 2020 sobre como chegar ao GAI foram um bocado erradas.
- A IA cria mais problemas legais e éticos do que antecipamos. Houve uma clara subestimação – incluindo em pontos de interface humana, social e financeira – o quão diferente esta tecnologia é do que veio antes dela.
E o que o mercado de 50 anos atrás nunca poderia prever por motivos muito claros:
Viés em IA. Do ponto de vista prático a IA ajuda a eliminar alguns poucos preconceitos (bem básicos) nos sistemas, tornando o mundo mais justo, mas também expõe o resto deste iceberg de fatos sobre o mundo – e as pessoas – que gostaríamos que não fossem verdadeiros.
No link ao lado tem maior contexto sobre o tweet acima.
Não tenho a menor ideia de quais serão, só acho que nossas ideias atuais de que todos são iguais em todos os aspectos provavelmente não serão verdadeiras de alguma forma, sei que a IA descobrirá um meio de determinar essa visão e tratamento base igual, mas para chegar neste ponto, os debate lá fora (#BLM #MeToo #TimesUp…) precisam continuar.
Mas algo é real, tudo ao nosso arredor já mudou e estamos saindo do ápice do antigo mundo em direção ao novo. Isto não significa que todos vão seguir juntos, significa que estaremos desalinhados até lidarmos com nossas próprias questões sobre como seguir neste planetinha.
Boa semana!
Nota: Também indico ouvir este episódio do podcast da MIT Technology Review:
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Muito bom Julio!