“Bom dia, Verônica”, novo thriller da Netflix, vai te prender

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A nova série brasileira da Netflix, é adaptação do livro com o mesmo nome, de IIana Casoy e Raphael Montes. Um thriller que mostra a vida da escrivã da policia, Verônica Torres, que tem sua vida mudada quando ela presencia um suicidio inesperado na delegacia e recebe uma ligação anônica de uma mulher em busca de ajuda. Assisti aos dois primeiros episódios da série, e vou contar minhas primeiras impressões.

A trama inicia apresentando a personagem em um dia comum na delegacia, dando bom dia para todos (eu espero que não seja por isso o titulo), e logo simpatizamos com ela. Tainá Müller é uma boa atriz, e sentimos a tensão vivida pela personagem em sua linguagem corporal e como ela entraga as falas, mas um dos pontos que não convence é a dinâmica familiar, achei que não precisava, dito isso, gostei bastante do fato de ter mostrado, ainda que rápido, o bullying sofrido pela filha na aula de natação, mostrando que desde cedo meninas já sofrem para estabelecerem padrões da sociedade.

Aliás, essa discussão sobre corpos das mulheres e a saúde mental das mulheres são dois pontos positivos que a série apresenta, pois dificilmente vemos isso na televisão brasileira.

Logo no inicio do primeiro episódio, Verônica presencia um suicídio, e isso desperta nela uma mudança – descobrimos depois que ela mesma já teve um episódio suicida – o que leva ela a querer ajudar no caso. E para isso não mede esforços, e bate de frente com a delegada encarregada pelo caso.

Ela toma um caminho perigoso, que é o da justiça com as próprias mãos, mas eu acredito nas instituições e que precisamos fortalecê-las para que a democracia contemple os oprimidos. A série é um grande grito por justiça, por justiça social, algo que não se vive nesse país.

diz Tainá

Durante a cena da delegacia somos apresentados alguns personagens como o capitão que está para se aposentar, ele é tio da Verônica, e age de algumas maneiras caricatas, ao ficar falando palavrões a cada 3 ou 4 palavras. Temos o cara da TI, amigo da Verônica, aparentemente um dos poucos do lado dela (realmente espero que ele não diga que se apaixou por ela). E temos também a delegada Anita, vivida por Elisa Volpatto, e que vai fazer você passar raiva, muito porque a personagem se torna muito real em alguns momentos, e outras porque ela lembra uma vilã de novela.

Na cena de interrogação, é outro momento que a série para e mostra como a fala das mulheres é invalida e posta à prova. Foi difícil assistir sem querer jogar algo na tela.

Somos então apresentados ao personagem Brandão, vivido por Eduardo Moscovis, de cara sabemos que vamos odiar ele, e isso em uma cena simples de café da manhã. Ainda não sei se era para ele ser um serial killer (pois ele revela que solta os “passarinhos”, mas esse soltar fica em aberto), ou apenas um estuprador ou psicopata, o ator revelou para a Splash que:

Tomara que eu consiga fazer as pessoas odiarem o Brandão! Tomara. O que eu fico preocupado é que ele seja odiado por uma galera masculina que não consiga se enxergar nele. Não é para rejeitar esse cara como se ele não existisse.

Eduardo

Na mesma cena conhecemos sua esposa Janete, interpretada por Camila Morgado, que mostra o porque é uma das melhores atrizes atualmente. Sentimos pena e angústia nas cenas com Janete, e torcemos quando ela guarda o dinheiro, quando anota o telefone de Verônica e queremos que ela fale com a irmã. (agora como ela apaga o numero em uma cena e na outra não eu não aceito).

Comecei a demonstrar um olhar perdido em algumas cenas, como se eu não soubesse quem era. No fim, o corpo mostra que ela não se importava nem mais com o julgamento, sem referências mesmo, de tão abalada que estava.

revela a atriz para a Gaúcha ZH

Por ter apenas 8 episódios a trama vai acontecendo rapidamente, na minha opinião isso atrapalhou (mas calma que só foram dois episódios), mas senti que em alguns momentos estava assistindo alguma série que passaria na Globo, ou até mesmo novela (aquela cena do celular me deixou furiosa, como a cena na rodoviaria),pelo medo do roteiro em encarar algumas coisas. O fato de termos muitas cenas com close-up atrapalhou também.

Em geral a série te prende, a boa interpretação dos atores faz com que você queria saber mais, acredito que o ritmo melhore com o passar dos episódios, e porque não uma outra temporada, seria ótimo ter uma mulher detetive igual The Fall ou The Killing.

Rumo aos próximos episódios!

“Bom dia Veronica”
Onde assistir:Onde assistir: Netflix
Episódios: 8
Tempo: 45-50 minutos cada
Gênero: detetive / policial