Tudo por conta da sua atuação nas sessões de julgamento que preside e que vão ao ar no programa de tv Caught in Providence ( algo como “Pego em Providence”). O programa é exibido em vários canais locais americanos , tem um site e , desde 2015, os episódios podem ser todos vistos também no YouTube, onde o canal tem a impressionante marca de 290.712.882 visualizações e mais de 1 milhão de inscritos.
Nos programas, pessoas pegas por multas de trânsito, por passarem o sinal vermelho, por não pagarem o aluguel ou alguma dívida pública, ou seja, infrações simples, mas que no sistema judicial americano, devem ser enfrentadas numa audiência, recebem penas inusitadas do juiz Frank. Como perdão da dívida, abraços, conselhos, risadas.
E é aí que entra o brilhantismo e o plot da série Caught in Providence. Afinal, como agirá Frank no caso? Como será a reação dos acusados?
Por exemplo, no caso de um veterano de guerra pego por passar o sinal vermelho várias vezes, não tinha dinheiro para pagar os 500 dólares em multa. Mas por ser um veterano de guerra e por ter prestado serviços ao pais e não dispor de condições, Frank transforma a dívida em metade do que o sujeito tinha na carteira naquele momento, que eram U$ 50.
Ou ainda o caso que tem mais visualizações (mais de 3 milhões) , que é de um moça que não consegue pagar as multas de transito durante um car chasing porque estava fugindo, com sua filha de 9 anos, de um marido violento e que, por isso, teria passado por vários semáforos no vermelho. Ai ouvir as alegações da mãe, o velho Frank resolve pagar a multa da moça com dinheiro de doações . Há uma comoção geral no tribunal e a mãe pede para abraçar o juiz, numa cena emocionante.
O mais interessante de tudo isso é perceber alguns valores da sociedade americana, que aparecem muito claramente na série.
Primeiro, a força da lei. Por menor que seja a sua infração, você vai responder por ela. Você terá amplo direito de defesa, claro. Mas é responsabilizado por seus atos.
Segundo, o respeito pela autoridade. Todos eles, pobres ou ricos, velhos ou novos, tem respeito pelo juiz, se portam com decência e acima de tudo, não mentem. E terceiro, o bom senso na aplicabilidade da lei e o senso humanitário de Frank Caprio. O que está no papel pode não corresponder à realidade de vida do acusado e cabe ao juiz ter o discernimento se a lei vai mais prejudicar ou ajudar a pessoa numa correção.
Por isso, ao cometer uma infração na próxima vez, pense bem: nem todos os juízes são como o velho Frank Caprio.
Posso te dar um abraço?
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o tribunal onde ele trabalha e do lado da minha casa 🏠 sempre passo todos os dias lá perto, quem diria quando eu via seus vídeos nunca imaginei um dia ia ver pessoalmente.
Algumas vezes fui impactada por alguns vídeos dele e sempre me emociono pois o Juiz é HUMANO! Ele ouve e se põe no lugar do outro. Se por no lugar do outro é um comportamento que é raro nas pessoas e quando vemos isso acontecer nos emociona.
Verdade, Wagner. É muito legal, porque tem várias leituras socio-culturais que a gente pode ter ali.
Oi Fernando!
É muito legal mesmo, já tive uma fase de maratonar esses videos de juízes, sempre achei interessante. Separei esse, de 2013, não sei se você já viu (é capturado por câmera de segurança, qualidade ruim, não é programa de TV, mas vale a pena ver o rigor com a detenta empoderada hehehe:
https://www.youtube.com/watch?v=RWjLUrxzLuA