Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global

As delícias da criatividade e do envolvimento em escala global a partir de um evento bizarro (e que não é a pandemia)
Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global

Se você já atolou o carro alguma vez na vida, sabe como funciona a coisa.

Você desce, dá aquela caminhada lenta e desanimada até a parte de trás do carro para conferir a situação.

Aí, de repente, você sente uma presença ao seu lado.

Um tiozinho também avalia a situação, com expressão de neuro-cirurgião.

E em menos de 5 minutos, forma-se uma junta médica de especialistas, cada um com uma ideia diferente para um problema que, na maioria das vezes tem a mesma solução: “vamolá… um, dois, três e… empuuuurraaaa!!!!”.

O Evergreen

Essa semana um navio encalhou perpendicularmente no Canal de Suez, bloqueando por completo essa que é, simplesmente, a principal ligação marítima entre a Europa e a Ásia e por onde trafegam (ou deveriam trafegar) 12% de todo o comércio internacional.
E, claro que imediatamente surgiram 7 bilhões, quase 8, de pessoas prontas para resolver o problema.

No começo as sugestões eram sérias e bem técnicas e tinham aquela sofisticação de engenharia.

Mas aí veio a tona nos principais jornais do mundo, essa foto:

Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global

Pronto. Foi a permissão que faltava para os que ainda hesitavam em participar do brainstorm. Nada como o estímulo certo para incentivar as pessoas.

Se você gastar alguns minutos online vai poder conferir essa efervescência de ideias em tempo real, e vai perceber que nem sempre é fácil saber quando a sugestão é séria ou não.

Coisas do tipo:

  1. Inverter a corrente do canal
  2. Desligar e ligar o navio
  3. Aterrar o navio, transformar em ilha com canal passando ao redor
  4. Tracionamento com camelos
  5. Inverter a rotação da Terra
  6. Explodir o navio

E junto com as ideias, obviamente eles, os memes.

Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global
Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global

Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global
Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global

Enfim, são muitos.

Parece que nesses dois últimos anos o mundo ficou mais conectado ainda. A internet já está por aí há pelo menos 2 décadas, mas é sempre interessante acompanhar as trocas em escala global quando surge uma “pauta em comum”, seja ela uma pandemia, uma vacina, o Oscar ou… um navio encalhado no Canal de Suez.

Bônus: ideias de crianças

Quem diria que um navio encalhado poderia trazer um pouco de alegria em escala global

Uma escola teve a ótima iniciativa de trazer o problema para seus alunos da pré-escola e do ensino fundamental. E de novo dá pra notar uma característica tão humana que parece que já nascemos com ela: aquele tom de “mas é muito fácil e óbvio”.

Abaixo algumas das sugestões:

Max, 12: “Basta virá-lo”.

Sam, 10: “Basta endireitá-lo”.

Alex, 12: “Basta virar o volante para a esquerda”.

Nina, 8: “Em que está presa, areia? Eles devem mover a areia”.

Theo, 6: “Eles devem pegar remos gigantes e remar”.

Owen, 5: “Basta pegar uma grua para levantá-la. Eles chamaram a grua para levantá-la?”!

Teddy, 4: “Eles precisam de uma grua, uma corda, uma rampa e um carro. O carro vai correr na rampa e cortar a corda e pousar no barco como em um acidente. Isto fará com que o barco volte para o mar. Se isso não funcionar, podemos simplesmente adicionar outro carro. Dupla força”!!

Harper, 13: “Eis o que eu acho que eles devem fazer. Eles deveriam pegar todos no Egito, e cada um traz sua própria corda, e amarram todas as cordas ao longo da lateral do barco, e todos puxam com toda a força que podem. Se conseguirmos todas as pessoas no Egito, esse peso pode virá-lo e então eles podem dirigir o barco”.

Oliver, 6: “Eu apenas empurraria com as costas até que estivesse livre e pudesse flutuar para longe. Já vi coisas como esta em minha vida. Como paus no riacho”.

Lyra, 15 anos: “Acho que eles deveriam forçar todos no barco a passar por um treinamento intenso e rigoroso até que um deles desenvolva poderes psíquicos a partir do estresse, e depois ele estalará e levitará o barco para fora.

Henry, 8: “Eles precisam começar a explodir a terra em que o barco está preso, sem machucar o barco”. Como pequenas explosões”. A próxima coisa que eles precisam é de um monte de helicópteros com guinchos no fundo. Eles devem prender linhas à frente e atrás do barco aos helicópteros. Então os helicópteros voarão em direções opostas – apenas um pouco – para que o barco fique livre. Oh. Primeiro você deve resgatar as pessoas. Resgatar sempre as pessoas primeiro”.

Hugo, 5: “Corte-o!” [“Cortar o quê?”] “O canto do barco. Corta-o”.

Dominic, 9: “Empurre-o!” [“Empurrá-lo com o quê?”] “Não sei. Pegue um pedaço gigante de metal. Arranje um punhado de pistões”.

Thomas, 4, enquanto brincava com um pequeno carro de brinquedo: “Amarre o barco ao meu carro com um cordel. O carro puxará o barco para fora”.

É isso. E eu também já tenho minha sugestão, que tenho certeza que vai ser a solução final:

“vamolá… um, dois, três e… empuuuurraaaa!!!!”

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