Nos últimos meses tornaram-se comuns notícias relacionadas a marcas e o universo de games e e-sports. Semanalmente, um patrocínio aqui. Um collab acolá. Não há mais dúvidas de que esse ecossistema é muito rico em termos de engajamento. Porém, na semana passada, um anúncio (que eu noticiei aqui no Update or Die) chamou um pouco mais a atenção do que o normal. Pelas marcas que envolve, certamente, mas pela dinâmica de como o projeto foi criado.
Ao anunciar o Good Game WP, uma iniciativa que começa ainda neste mês de agosto com conteúdo diário e campeonatos de LoL, CS:GO, Free Fire e Valorant, a Ambev se uniu ao Nubank e iFood, a parceria contou com a intermediação da agência Black Duck. Mas como tudo isso começou? A Ambev tem uma área chamada Together, uma iniciativa que busca desenvolver projetos que ampliem a conexão das marcas do grupo com os consumidores e games, por que não, está no topo da agenda em termos de atração de recursos.
Para conduzir o projeto, a escolha foi feita a dedo e tendo como base o nível de paixão envolvido. Lucas Catharino, gerente de marketing de experiência da Ambev e fã de Warcraft, foi escolhido para a missão. Lucas conta que o sonho de ter algum tipo de envolvimento com games vem desde criança. “Nos intervalos entre um jogo e outro de Warcraft no meu Pentium 233 eu já tentava aprender nos fóruns como funcionava um servidor e tudo envolvendo infraestrutura de jogos online”, me contou Lucas.
Ele explica que a oportunidade surgiu diante dos incentivos de intra empreendedorismo dentro da companhia. “Acredito que nesse momento em que temos um cenário onde as empresas estão aprendendo a se conectar com esse público, o papel do apaixonado é fundamental. É muito difícil para uma organização entender o que é o sentimento, porém para o indivíduo não. Para quem vive o passion point é muito mais fácil identificar e traduzir as oportunidades, trazendo a conexão genuína que o público deseja.”
Mas como o Nubank entrou na parada?
Sobre a escolha do Nubank para compor o projeto, Lucas explicas que, assim que ele e a equipe envolvida se deram conta do tamanho do projeto, não fazia sentido desenvolvê-lo sozinho. “Nesse momento, procuramos uma empresa que tivesse valores próximos aos nossos, e que estivesse disposta a realmente investir no segmento em um projeto de longo prazo, onde o foco fosse o público final”, pontua.
Em seu blog, o Nubank defendeu o envolvimento no projeto como uma conexão direta com seu propósito de experiência. “O Nubank sempre foi 100% digital. Por isso, desde o começo atraímos pessoas apaixonadas por tecnologia – como os gamers. Tanto é que, na 7ª edição da Pesquisa Game Brasil, de 2020, fomos escolhidos como a marca preferida dos gamers na categoria “Banco” (mesmo não sendo um banco).”
“Nosso objetivo é criar uma das maiores iniciativas do Brasil para o público gamer. Para isso, vamos começar em agosto de 2021 com um circuito de conteúdos e campeonatos online e, em 2022, expandir para experiências presenciais ao redor do Brasil”, continua o comunicado da fintech.
Voltando ao Lucas, o gamer da Ambev lança um alerta para si e para outras marcas que queiram investir no cenário. “O público gamer está cansado de iniciativas que visam “surfar a onda” do mercado. Não adianta mais pegar um produto e acrescentar a tag “gamer” e achar que a comunidade irá abraçar. Precisamos criar conexões de verdade. Definitivamente eu diria que o principal don’t é: Não crie um projeto só porque você precisa criar.”
Deixo aqui outras iniciativas das quais já falei por aqui sobre games que valem ser estudadas e consideradas na pesquisa sobre o tema
– Nobru é o novo head criativo de games das Casas Bahia
– Os passos da Havaianas para construir uma ilha em Fortnite