Falar sobre “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa“, sem deixar escapar um spoiler é uma tarefa bastante difícil. Seja por conta dos vários mistérios envoltos na trama, ou mesmo pelos rumores constantes. Mas dá para começar de maneira factual lembrando que em 2022 o primeiro longa do personagem completará 20 anos e certamente “Sem Volta Para Casa” é uma grande homenagem que deixa clara a importância do personagem.
A história começa exatamente onde parou “Homem-Aranha: Longe de Casa“: com o mundo descobrindo que Peter Parker (Tom Holland) é o Homem-Aranha. Tendo de lidar com às consequências disso e por ter sido acusado de terrorismo e assassinato por Mysterio (Jake Gyllenhaal), ele resolve pedir ajuda ao Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch) para que todos esqueçam que ele é o herói. Só que após o mesmo dar errado, vários vilões de outros universos do Homem-Aranha, entram em sua própria linha do tempo.
Entre todos os personagens que estão de volta, o roteiro de Chris McKenna e Erik Sommers sabe explorar muito bem os pontos positivos que eles possuem em suas produções e nas HQs. Por tanto, acabamos vendo novas feições de personagens como Electro (Jamie Foxx) e Lagarto (Rhys Ifans) que não haviam funcionado adequadamente da saga “O Espetacular Homem-Aranha”, quanto Homem de Areia (Thomas Haden Church) Octopus (Alfred Molina) e o Duende Verde (Willem Dafoe) estão com a mesma feição que nos filmes da primeira trilogia, comandada por Sam Raimi.
Só que como estamos falando de uma produção com vários vilões de peso, realmente vemos que Dafoe consegue ser um dos maiores vilões na história dos filmes de heróis. Ele só não rouba a cena em boa parte da projeção, como também ainda possui o semblante do icônico Norman Osborn (pelos quais já estávamos sentindo falta). Seu retorno foi honrado com sucesso, enquanto Molina nos apresenta uma outra versão de Octopus, pelos quais passamos a ver o mesmo com outros olhares (lembrando que junto do citado, ele também foi considerado um dos maiores vilões da Marvel, nos cinemas). Tudo soa como natural, e nada acaba sendo forçado.
Com relação aos outros personagens, todos possuem seus momentos e alguns até conseguem possuir boas esquetes, vide o companheirismo entre Ned (Jacob Batalon) e MJ (Zendaya). Mas entre os coadjuvantes, o que consegue roubar a cena e causar momentos bem hilários, é o veterano J.K Simmons (que repete seu icônico papel do jornalista J. Jonah Jameson). Mas não podia deixar de citar a atuação de Tom Holland, que possui aqui seu papel mais dramático sobre o traje do herói, afinal foram várias situações vivenciadas que finalmente a ficha caiu sobre suas responsabilidades verdadeiras.
Agora mesmo possuindo um roteiro bastante plausível e cheio de fan-services de primeira, uma coisa que pecam bastante é na inserção dos efeitos visuais, pois em determinadas cenas é nítida sensação de estarmos vendo uma “tela verde” ou até mesmo um “acessório” levantando determinado ator (o que é uma pena, pois isso não chegou a ocorrer na primeira trilogia, que até levou um Oscar em seu segundo filme). Mas como temos um texto bom, isso acaba sendo irrelevante na hora de determinadas cenas de ação.
Termino essa análise de “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa“, dizendo que se fosse vivo, Stan Lee estaria bastante feliz e emocionado com tamanho trabalho para homenagear o seu personagem mais querido de toda a Marvel.