Porque você faz o bem ao próximo. Literalmente.

Porque você faz o bem ao próximo. Literalmente. Porque você faz o bem ao próximo. Literalmente.

dist

Uma criança se afogando na piscina do clube grita por socorro e você imediatamente pula na água para salvá-la, destruindo assim o smartphone de mil reais, que estava no seu bolso. Tudo bem, um preço pequeno para salvar uma vida.

Mas então por que você não manda essa mesma grana para Africa e salva uma criança que está morrendo de fome? São milhares, morrendo todos os minutos. Só o tempo de ler esses dois parágrafos, pumba, já morreu mais uma.

Vamos deixar de lado, só para efeito de raciocínio, coisas como medo que seu dinheiro seja desviado, etc. Vamos pensar só sob o ponto de vista da distância mesmo.

Segundo o filósofo Peter Singer, essa diferença geográfica é mais um Bias (ainda não achei um nome bom em português para isso, mas é basicamente um tilt de percepção). E a grande maioria das pessoas prefere salvar o próximo e o distante que se vire como puder.

Pessoalmente acho que tem mais um ruído nessa história, que é visual. Apesar das duas crianças estarem correndo um risco que requer reação urgente (a fome mata a cada minuto), o fato da primeira estar se esgoelando bem alí na sua frente faz toda a diferença. Você nem pensa, apenas reage. Adrenalina.

Mas e se a gente imaginasse então uma instituição bem aqui na esquina e outra lá no Nepal?
Nesse caso não tem criança se esgoelando na sua frente.
E aí?
Acho que a maioria ajudaria a da esquina.
Talvez um certo patriotismo? Já que é para ajudar, vamos ajudar “um dos nossos”?

Mas peralá. Por que? Uma vida brasileira vale mais que uma vida estrangeira? Isso não é racismo?

Tá, então vamos imaginar uma instituição na esquina e uma outra em algum bairro da cidade, mais afastado. Hmmmm… acho que a da esquina ainda leva.

Por que?

Talvez pelo prazer de poder, eventualmente, “acompanhar” os efeitos da sua benevolência? “Valeu! Você é demais!”. Que satisfação, que orgulho!

Mas satisfação pessoal é um critério válido para justificar sua opção? E aquele papo de “fazer o bem sem olhar a quem”?

Bom, se você achou que tinha alguma resposta aqui no finalzinho do post… ih, não tem. Tava só pensando, achei que você podia querer pensar sobre isso também.

As questões morais e éticas são sempre as mais complicadas.

 

Ah, o Peter Singer também é especialista em especismo, a discriminação contra certos seres baseada apenas no fato deles pertencerem a uma dada espécie. Ih, complicou. Parece que vamos ter que filosofar sobre salvamentos de crianças ou filhotinhos de cachorro (calma, é tudo filosofia. Eu adoro bebezinhos e cachorros).

Add a comment

Deixe um comentário