Escola do Rock

Sobrecarga Colaborativa: será que o trabalho em equipe pode esgotar as pessoas e diminuir a produtividade?
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Você deve estar pensando aí: o que Escola do Rock tem a ver com sobrecarga de trabalho nas empresas?

Tem sim, e muito!

Mas, antes de conectar esses pontos vamos aos fatos.

Li, recentemente, na HARVARD BUSINESS REVIEW, que a colaboração está tomando conta do local de trabalho. Segundo dados coletados pelos autores nas últimas duas décadas, o tempo gasto por gerentes e funcionários em atividades colaborativas aumentou em 50% ou mais.

Concordo que há muito o que comemorar sobre isso – mas, quando o consumo de um recurso valioso aumenta drasticamente, isso também deve nos fazer parar e pensar.

Em muitas empresas, as pessoas gastam cerca de 80% do tempo em reuniões ou respondendo a solicitações de colegas, deixando pouco tempo para todo o trabalho crítico que devem realizar por conta própria.

Além do mais, a pesquisa que os autores fizeram em mais de 300 organizações mostra que a distribuição do trabalho colaborativo costuma ser extremamente desigual.

Na maioria dos casos, 20% a 35% das colaborações de valor agregado vêm de apenas 3% a 5% dos funcionários.

A avalanche de demandas por informações ou conselhos, acesso a recursos ou, às vezes, apenas presença em uma reunião prejudica o desempenho.

Os funcionários levam as tarefas para casa e logo o esgotamento e a rotatividade se tornam riscos reais.

O atual desafio é começar a gerenciar a colaboração com mais eficácia.

Mas, como?!

A Escola do Rock talvez tenha a resposta…

No filme de 2003, vemos uma turma do ensino fundamental de uma escola voltada para a elite experimentar algo que ninguém poderia imaginar.

Dewey Finn (Jack Black) – que finge ser o professor substituto, se passando pelo amigo Ned Schneebly (Mike White) – tem a estranha missão de transformar os alunos em músicos profissionais em poucas semanas, para resolver uma séria questão pessoal.

O cenário é sombrio e as possibilidades infinitas.

Ele não é quem diz ser. Ele não gosta de crianças. Ele não pode ensaiar dentro da sala de aula. Ele tem pouco tempo. Ele precisa da grana do prêmio de concurso de bandas para pagar suas dívidas. E a lista continua infinitamente…

No meio dessa confusão, aos trancos e barrancos, ele descobre uma forma de engajar as crianças.

Ele acabou ganhando o coração de todos, à medida que percebeu a afinidade de cada um por atividades específicas porque, combinadas, criavam coisas ainda maiores.

Finn tornou-se um maestro de corações, muito mais do que de música. E, nesse momento, encontrou a si mesmo como ser humano e como profissional da música.

No final, mesmo não ganhando o concurso, o púbico aclamou a banda e isso mudou a vida de todos, incluindo aí pais, alunos e a tradicional escola.

A motivação já não era pelo dinheiro. Todos acabaram se apaixonando pela arte de criar um tipo de música que conta histórias reais e encanta as pessoas.

Para Daniel H. Pink, temos três necessidades psicológicas inatas – competência, autonomia e relacionamento. “Quando essas necessidades são satisfeitas, ficamos motivados, produtivos e felizes”, diz ele.

Nas empresas, vemos que muito ainda precisa melhorar no que diz respeito a cultura colaborativa.

Tivemos evoluções positivas. E isso é maravilhoso. Mas, é preciso uma revolução na forma de gerenciar as pessoas pelo afeto e encantamento. Não podemos simplesmente “fazer coisas e atingir metas”.

Existem muitas respostas possíveis, e sempre vai depender da cultura de cada lugar.

O desafio é provar para todos que o trabalho é divertido, pois muda a vida das pessoas. Que a sua colaboração é valiosa e que todos tem espaço e voz para contribuir.

Mais que afeto, precisamos de sistemas mais robustos para gerenciar esse volume imenso de informações que é gerado em uma cultura colaborativa.

E mais que isso, temos que evitar saturar grupos específicos, garantindo que as melhores ideias cheguem ao lugar certo e recebam as recompensas adequadas. E nem sempre se trata de grana.

Recursos Colaborativos

É importante distinguir entre os três tipos de “recursos colaborativos” que investimos para criar valor: informativo, social e pessoal.

Os recursos informacionais são conhecimentos e habilidades — expertise que pode ser registrado e repassado. Os recursos sociais envolvem a consciência, o acesso e a posição de uma pessoa em uma rede, que podem ser usados para ajudar os colegas a colaborar melhor uns com os outros. Recursos pessoais incluem o próprio tempo e energia.

Esses três tipos de recursos não são igualmente eficientes.

Os recursos informacionais e sociais podem ser compartilhados – muitas vezes em uma única troca – sem esgotar o suprimento do colaborador.

Ou seja, quando ofereço a você conhecimento ou reconhecimento de rede, também o retenho para meu próprio uso. Mas o tempo e a energia de um funcionário individual são finitos, portanto, cada solicitação para participar ou aprovar decisões para um projeto deixa menos disponível para o próprio trabalho dessa pessoa.

A colaboração é de fato a resposta para muitos dos desafios de negócios mais urgentes de hoje.

Mas nem sempre é a melhor.

No artigo da HARVARD BUSINESS REVIEW os autores comentam que “os líderes devem aprender a reconhecer, promover e distribuir com eficiência os tipos certos de trabalho colaborativo, ou suas equipes e os melhores talentos arcarão com os custos de muita demanda para pouca oferta.”

Para eles, chegou a hora das organizações contratarem diretores de colaboração.

Ao criar uma posição executiva sênior dedicada à colaboração, os líderes podem enviar um sinal claro sobre a importância de gerenciar o trabalho em equipe com atenção e fornecer os recursos necessários para fazê-lo com eficácia.

Isso pode reduzir as chances de que o todo se torne muito menor do que a soma de suas partes.

E na sua experiência, vai dar Rock na gestão de Cultura Colaborativa na sua empresa?

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