Estamos todos ansiosos, de muitas formas.
Não dá para disfarçar!
Você deve estar com ansiedade sobre quando esse texto vai acabar: se ele for bom você ficará feliz, mas com vontade de ler mais; se for ruim você vai ficar triste por ter perdido seu tempo.
Se você está lendo essa frase é por que decidiu me dar uma chance…
Somos “máquinas” de processar emoções.
Imagine que você tem o poder de Neo, personagem de Keanu Reeves no filme Matrix, de “ver” a Matrix como ela realmente é, nos mínimos detalhes, com os códigos fluindo por toda parte e assim ser capaz de compreender toda a sua complexidade. Agora, imagine que esse tal poder pode ser usado na Natureza, para assistir todo o “código natural” fluindo em toda a sua plenitude.
Quanto olhamos para a Natureza vemos um volume imenso de coisas belíssimas, mas não é possível ir muito além do mero deslumbramento.
Usando apenas os olhos e a nossa péssima capacidade de prestar atenção aos detalhes, fica complicado entender a mágica por trás de um ecossistema e suas intrincadas nuances.
Lavoisier disse uma vez que na Natureza nada se perde, “nada se cria, tudo se transforma”.
O reino natural também é um imenso processador de emoções.
A Natureza evolui e se adapta.
Já reparou como ela muda de acordo com o lugar onde suas sementes alcançam? Já viu como é influenciada pelo clima e, mesmo assim, dá um jeito de se reinventar?
Sua “inteligência” e poder de processamento usa os dados acumulados ao longo do tempo para aproveitar da melhor forma possível cada oportunidade. Não importa se há gelo, areia, rochas e excesso de água, ela sempre consegue fazer uma semente brotar.
Vamos supor que cada semente inventada pela Natureza é uma “ideia”, que ela usa para resolver seus próprios problemas e se manter relevante no lugar onde está instalada.
Quando uso a expressão “semente” é para falar de todos os veículos vegetais ou animais que levam sua carga genética em busca de sobrevivência e continuidade.
O que acontece com essa semente?
Se der tudo certo, todas as informações contidas nela vão conduzir um complexo mecanismo que trará à existência um ser que será capaz de gerar suas próprias sementes.
A inteligência natural é uma imensa rede, como a Matrix, que usa todos os dados disponíveis para se manter viva e relevante.
Voltando ao “nada se perde…”, diferente de nós humanos, a Natureza não esconde, oculta ou joga nada fora.
Ela processa absolutamente tudo que vive nos limites do seu reino.
Ela também está “ansiosa” e luta pela própria sobrevivência. A Natureza não é estática, é dinâmica. Onde houver espaço e condições adequadas ela “invade” com suas sementes e raízes, criando novos sistemas de onde partirão seus emissários em busca de novas terras a explorar.
Talvez tenhamos herdado esse sentimento da nossa Mãe.
A diferença é que ela aprendeu, com o tempo, a se adaptar e reciclar tudo para transformar em combustível. Cada folha seca, insetos, dejetos, animais mortos, restos de alimentos, etc., são trazidos de volta à sua essência mais básica, tendo suas partículas redirecionadas para novas funções.
Imagina o trabalho que deve dar para organizar isso.
Está no coração da Natureza seguir incansável em busca dos limites desse planeta, a fim de dominar suas entranhas e topos congelados. Quem sabe até conhecer novos planetas. Por que não?
O ser humano vem fazendo isso, desde que tropeçou em sua capacidade cognitiva.
Nunca descansamos.
Passamos os dias criando novas ideias, como sementes criativas, em busca de espalhar nosso DNA intelectual e a nossa história por todos os cantos da Terra, desde fossas abissais para além dos limites do sistema solar.
A lição que a Natureza nos deixa é que devemos processar nossas emoções como ela faz. Tudo vira energia e retorna para manter o ecossistema funcionando.
Em nossas vidas talvez seja possível também.
Se somos filhos dela, e isso é impossível de negar, também temos a capacidade de evoluir, tomar nossos erros e tropeços como oportunidades de crescimento, para transformar ideias em novas sementes e novos caminhos.
O Cosmos é uma sala de aulas.
O que ele oferece é um soco direto em nosso egoísmo e uma afago em nossa autoestima que deve mirar em algo que somos capazes de fazer, pois está em nosso código genético.
O que precisamos agora, mais do que nunca, quando reais versões da Matrix surgem no horizonte, é olhar para dentro e perceber que temos raízes e flores.
Estamos conectados uns aos outros, de muitas formas, e essa conexão pode nos salvar.
A Natureza é uma grande “Internet”.
O seu segredo é não perder dados e nunca desperdiçar nada pelo caminho. Ela recicla tudo e transforma tudo em pontes para seguir em frente.
Essa Menina Verde vem apanhando do planeta há milhões de anos e ainda está aí, bela, descolada e pronta para encarar atmosferas ainda mais inóspitas.
O futuro nunca perdoa os descuidados.
Não entender o recado de nossa Velha Mãe é um risco muito perigoso. Devemos reciclar nossas emoções se quisermos seguir em frente e nos manter relevantes.
Na mente e no coração também vale a máxima de Lavoisier: toda dor pode e deve se tornar aprendizado.
Não perca nada, não esconda nada. Transforme ideias em sementes, e isso será seu passaporte para um tipo de aventura que só é possível quando conseguimos enxergar o código da Matrix.
Toda pressão e “ansiedade” na natureza vira sementes, flores, frutos e, em alguns casos, até diamantes.
O que as suas emoções vão produzir daqui para frente?