6 princípios para criação de conteúdo viral

“Apenas por olhar um punhado de hits virais, as pessoas ignoram o fato de que muitas dessas características também existem em conteúdos que fracassaram em atrair qualquer audiência que fosse”.

— Jonah Berger, “Contágio : Por que as coisas pegam”

O professor de Marketing da Wharton School da Universidade da Pensilvânia e autor best-seller de obras como “Palavras Mágicas” e “O Poder da Influência”, Jonah Berger, traz reflexões pertinentes em sua obra “Contágio: Por que as coisas pegam”.

Especialista em linguística, ele defende que o segredo do conteúdo viral vai além do portador da mensagem, mas sim da mensagem que está sendo compartilhada.

Casos de conteúdo viral ocorrem praticamente todos os dias. Em um mundo altamente globalizado, milhares ou até mesmo milhões de conteúdos são compartilhados; no entanto, alguns ganham mais visualizações ou repercussão do que muitos outros.

A viralização, portanto, tornou-se não apenas algo supérfluo, mas sim a meta e o objetivo de muitas empresas e marcas, seja no conteúdo audiovisual ou em produtos, hotéis e restaurantes.

Os espaços “instagramáveis” e as experiências filmadas por drones, entre outros formatos que ampliam as emoções de quem visualiza, tornaram-se tendências para fomentar conteúdo viral.

6 princípios para criação de conteúdo viral

Veja alguns princípios listados por Jonah Berger na obra “Contágio: Por que as coisas pegam” sobre conteúdo viral:

🪞 Ofereça a Moeda Social

Isso garante “status” para aquele que compartilha o conteúdo. Berger defende a necessidade de “alavancar uma mecânica de jogo para proporcionar às pessoas formas de alcançar símbolos de status visíveis que elas possam mostrar aos outros”.

Qualquer pessoa que esteve presente ou compartilhou as incríveis imagens da novidade “The Sphere”, em Las Vegas, provavelmente se sentiu parte de algo inovador e surpreendente. Logicamente, filmou e compartilhou nas redes.

📊 Desperte Gatilhos

Aqui entram as conexões e tudo o que desperta novas ideias e lembranças de marcas e produtos. “As pessoas frequentemente falam sobre o que quer que lhes venha à cabeça; portanto, quanto mais as pessoas pensarem em um produto ou ideia, mais elas falarão sobre isso. Precisamos planejar produtos e ideias que sejam frequentemente acionados pelo ambiente e criar novos gatilhos, ligando-os a sugestões prevalentes naquele ambiente”.

Lembra do rosa que as marcas utilizaram durante o lançamento do filme Barbie? Nada foi por acaso, e até refletiu nas vendas de caixões daquela cor! O filme, como sabemos, foi um enorme sucesso de bilheteria, muito por conta de sua poderosa estratégia e parcerias.

🎭 Provoque Emoções com os 6 princípios para criação de conteúdo viral

Trata-se do extraordinário, clamando por emoções. Berger reflete sobre o objetivo básico em relação aos conteúdos que viralizam: “quando nos importamos, compartilhamos”. Lembra daquela manchete tão incomum ou absurda que você pensou que poderia se tratar de uma fake news? A vontade inicial sempre é compartilhar ou comentar com alguém.

Conteúdos que despertam emoções, sejam positivas ou negativas, tendem a ganhar mais engajamento. No entanto, é necessário prestar grande atenção no uso de emoções em chamadas se a história ou conteúdo não for tão emocionante assim e corra o risco de ser classificado como clickbait.

🍪 Torne Público

Berger argumenta que estratégias que geram “resíduos comportamentais” sobressaem sobre as outras. A validação social e o comportamento de manada são valiosos quando o assunto é causar viralização. “Tornar as coisas mais observáveis facilita que sejam imitadas, o que aumenta a probabilidade de ficarem populares. Desse modo, precisamos tornar nossos produtos e ideias mais públicos”.

Marcas que oferecem a possibilidade das pessoas compartilharem que estão usando algum produto, participaram de uma experiência, ou simplesmente estão envolvidas de alguma forma, tendem a ganhar mais engajamento. Alguém conta isso para o Coldplay?

🛠️ Ofereça Valor Prático

Sabe aquela receitinha que vive saltando em nossos feeds ou as dicas caseiras para solucionar algum problema cotidiano? Ou os famosos tutoriais dos mais diversos temas. Oferecer valor prático aumenta as chances de viralização. “Mas, tendo em vista o quanto as pessoas são inundadas por informação, precisamos fazer nossa mensagem sobressair-se. Precisamos entender o que faz algo parecer uma oferta especialmente boa. (…) E precisamos embalar nosso conhecimento e competência de modo que as pessoas possam passá-los adiante facilmente”.

🧶 Conte Histórias

Um estudo do Spotify sobre podcasts mostrou que programas de “Tecnologia” têm a menor taxa de retenção dos ouvintes, enquanto os de “Crimes Reais” mantêm o ouvinte por mais tempo. Ou seja, todo mundo gosta de uma boa história. Quem aí não se lembra do fenômeno de “A Mulher da Casa Abandonada” que parou o Brasil?

“Porém, precisamos fazer mais do que apenas contar uma bela história. Devemos tornar a viralidade valiosa. Precisamos tornar nossa mensagem tão intrínseca à narrativa a ponto de as pessoas não poderem contar a história sem ela”, pondera Berger.

O autor afirma que esses princípios podem ser utilizados em conjunto em uma única estratégia, uma vez que dialogam entre si, ou de forma isolada, dependendo do objetivo e formato do conteúdo.

O Outro Lado da Viralização

No episódio “Viralismo” do podcast “Vibes em Análise”, os psicanalistas Andre Alves e Lucas Liedke dissecam o assunto, abordando as causas, consequências e os impactos sociais e psicológicos da incessante busca por se tornar viral. O tema também se tornou objeto de um estudo rico.

Para eles, os atuais tempos de VIRALISMO instigam as pessoas a se colocarem à prova — ou à venda — o tempo todo. Tudo baseado na confiança, na crença de que qualquer um pode bombar de uma hora para outra. Os 6 princípios para criação de conteúdo viral são prova disso.

“VIRALISMO é sobre realizar grandes sonhos. E é também sobre inspirar os outros a realizarem os seus. É gerar impacto de todos os tipos. É quebrar a internet, lotar a caixa de comentários, chuva de likes e patrocínios. É conseguir manipular alguns processos ocultos do nosso psiquismo digital.

Mas tudo isso tem consequências. E vamos ter que elaborar os efeitos de tantas estratégias de awareness, engajamento e conversão — na nossa vida e na vida dos outros”.

Até a próxima!