Austin deletou o Uber

Austin é uma das (muitas) cidades nos EUA que baniram não só o Uber, como também seu concorrente direto, o Lyft. A razão é dessas que vivem pipocando aqui no Brasil também: essencialmente a ausência de regulamentação. Caótico para quem está (esteve) aqui.

A boa notícia é que a falta de um serviço de transporte privado urbano fez com que a cidade criasse seu próprio app de ride-sharing, o RideAustin. O app é praticamente um clone do Uber.

A péssima reputação da companhia não é só sobre a queda na qualidade do serviço, mas sobre uma forma de negociação que só beneficia a empresa – enquanto os motoristas acabam se endividando e tendo que lidar com salários abaixo do mínimo legal.

Diferente do Uber, o RideAustin é uma entidade sem fins lucrativos. Cobra uma bandeira de US$ 2 e os motoristas ficam com todo o valor da tarifa, incluindo a gorjeta. Essa abordagem coloca na mão dos municípios todo o controle para operar um serviço seguro e eficiente, minimizando o incentivo financeiro e proporcionando aos motoristas uma renda estável e competitiva.

As cidades também têm a capacidade de executar o programa como entenderem, incluindo a regulamentação do número de motoristas na estrada, a segurança e os requisitos de licenciamento para os motoristas, e a garantia da qualidade do serviço para todos aqueles que o utilizam.

Claro que o serviço está só começando e causou algumas dores de cabeça pro pessoal que veio aqui pro SXSW. Na semana passada, o app teve uma queda e deixou 5 mil passageiros na mão.

O app foi severamente criticado pela mídia americana – que clamou o retorno do Uber. Mas é claro que a marca melhorou. Resultado? O app bateu o recorde de todos os tempos com 70 mil corridas concluídas na semana passada. O serviço já atende o dobro do que o Uber e o Lyft atenderam no ano passado – e está se reestruturando cada vez mais.

Se outras cidades e países perceberem essa possibilidade (e fizerem direito), pode escrever: é, de novo, o começo do fim do Uber.

Ainda sobre novas alternativas, é ótimo poder celebrar o Happy, o novo app da Nextel (nossa parceira em todo o projeto SXSW, que entende e compartilha nossos valores editoriais). É a primeira operadora de celular que é um app e veio para mudar o jeito que a gente usa telefonia. Inclusive, dá até para comprar só internet, e os apps de mensagem são de graça (até para ligações!). É 100% fácil. 100% digital. Vale a pena conferir.

[signoff]

5 comments
  1. Acho mágico que o próprio mercado vai se organizando.
    Uber há tempos não presta um bom serviço, na real é um serviço muito inferior ao que os taxis eram antes deles chegarem mas é barato. Então ainda tem demanda.

    99 está vindo ai com tudo, bons carros, bom serviço e sendo mais justo com os motoristas.

  2. Sempre achei que este tipo de serviço devesse ser opensource.

    Austin, torne esse app/serviço opensource, ajude outras cidades do mundo a tornar o serviço de taxi/carona viável para os trabalhadores, e ganhará de volta um serviço ainda mais forte e testado.

Deixe um comentário

Keep Up to Date with the Most Important News

By pressing the Subscribe button, you confirm that you have read and are agreeing to our Privacy Policy and Terms of Use