Oscar, Grammy, Cannes Lion, Nobel de Literatura e Pritzker. Não é de hoje que os criativos ao redor do mundo ganham estatuetas, leões ou prizes pelos seus trabalhos desenvolvidos. Mas por vezes me pego questionando (e acredito que algumas pessoas se façam as mesmas perguntas): até que ponto a criatividade precisa ser realmente premiada? Será que podemos de fato definir quem são os melhores em competições em que cada um dos participantes atua de uma maneira única, entregando um resultado intangível? Vamos tentar entender alguns pontos que ora justificam ora apenas explicam a necessidade de se premiar a criatividade.
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A Relação Entre os Criativos e a Vaidade é Bastante Antiga.
Não tem como fugirmos dessa relação. Quem quiser negar que queira, mas a vaidade é inerente a personalidade de qualquer criativo. Ela pode se dar de maneira branda ou até mesmo de modo evidente, mas sempre será um satélite orbitando o planeta dos criadores.
Até pela natureza de compartilhamento e exibição na entrega de qualquer trabalho criativo, o uso de premiações para promover tais obras seja aos críticos seja ao público de massa é recorrente.
O fato é que o ego kill talent. Se os criativos sempre forem reféns de sua vaidade premiada, os resultados que acabarão entregando talvez não sejam os que eles realmente desejariam entregar.
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O Prêmio Transforma o Intangível em Tangível.
Embora estejamos vivendo uma era em que quase tudo é metrificado, os produtos criativos ainda carecem de mecanismos que lhes mensurem. Os resultados do seu consumo, como a quantidade de ingressos vendidos para um filme, o número de ouvidas de um disco ou até mesmo o total de likes dados à uma campanha online referem-se a consequência da distribuição de seus produtos. No entanto, medir o resultado de qualidade de uma obra criativa com fins de comparação ainda se dá de uma forma não palpável.
Por isso os prêmios: eles auxiliam a tangibilizar o intangível, mesmo que por vezes seus critérios se tornem passivos de questionamentos.
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Terceiro Ponto: O Simbolismo de um Prêmio.
É simbólico, é glamouroso e, principalmente, é muita moral pro caba (como diríamos aqui no nordeste). Ser premiado como melhor em sua categoria traz em si um grande senso de responsabilidade para os trabalhos do premiado que surgirão dali para frente. É fato que sua carreira ficará marcada a partir deste momento e o seu nome ecoará entre as gerações que virão tanto por conta do seu legado de criações que será deixado, quanto pelos seus prêmios conquistados.
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Muitos têm esses prêmios como meta de vida. Outros deixam a vida lhes levarem e os conquistam de maneira natural. A questão é que a cultura da premiação está presente em quase todos os setores da indústria criativa, e os profissionais que lhe compõem têm de saber lidar com ela.
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Realmente precisamos premiar a criatividade?
Acredito que sim. Dar voz aqueles que muitas vezes ficam por trás das câmeras e têm um trabalho tão importante quanto quem está na frente dela é no mínimo honroso, sendo os prêmios uma das principais formas de se concretizar tal ação. Agora, as premiações são sempre justas? Essa pergunta já merece uma outra conversa.
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