Há muitas coisas que precisam mudar neste mundo.
Uma delas está relacionada a liberdade da mulher.
Ao seu direito de ser livre.
De ser mulher.
O Oscar nos dá a oportunidade de descobrir filmes que não estavam na nossa lista, mas que merecem (e muito) a nossa atenção. Um deles é o vencedor de Melhor Documentário “Absorvendo o Tabu”, (Period. End of Sentence., em inglês, num trocadilho com a palavra ponto final e o período menstrual).
“Eu não estou chorando porque eu estou menstruada ou algo assim (…) Eu não posso acreditar que um filme sobre menstruação acabou de ganhar um Oscar (…) Você está empoderando as mulheres em todo o mundo para lutar pela igualdade menstrual”, comemorou a vitória Rayka Zehtabchi, diretora deste curta-metragem em forma de documentário.
“Absorvendo o Tabu” se passa no distrito de Hapur, a 60 quilômetros de Nova Deli, na Índia. Lá, a ignorância sobre a menstruação é absoluta. Eles não sabem por que ela ocorre no corpo da mulher, nem o que fazer quando estão menstruadas. Tão incongruente que é rotulado como uma doença e mulheres não podem entrar nos templos durante o período, pois acredita-se que estão sujas.
Elas ficam com vergonha de falar sobre menstruação, nunca ouviram a palavra ‘absorvente’ ou não sabem como usá-los. Tal é o estigma arraigado, que algumas precisam abandonar seus estudos ou contraem infecções por causa dos métodos que usam durante os dias de menstruação.
No entanto, tudo começa a mudar quando instalam uma máquina compressora na cidade graças ao ‘The Pad Project‘. Uma iniciativa que busca um duplo benefício para as mulheres: ensiná-las a fazer seus próprios absorventes e usá-los e também vendê-los dando a oportunidade de se tornarem independentes do sistema patriarcal instaurado, obtendo a sua própria renda.
O documentário está disponível na Netflix e tem um pouco mais de 20 minutos. Não há motivo para não vê-lo.