O dia de hoje me trouxe algumas reflexões, porque o conteúdo que abracei no festival passou pela discussão do modelo de negócio das agências, o caminho que temos percorrido quando recebemos um briefing e, principalmente, como aplicamos nossa criatividade.
O tão esperando painel When words colide: the Evolution of creativity colocou no mesmo palco Brian Whiple (Accenture) e David Droga (Droga5), reunindo olhares e ouvidos curiosos sobre como as 2 culturas, tão diferentes, vão se encontrar daqui para frente, seja no modelo de operação ou no jeito de se expôr ao mercado.
David Droga, um dos maiores e mais premiados criativos da história da propaganda mundial, já começou destacando que não abriu a Droga5 para ela ser (ou não) vendida, mas para trazer impacto na cultura, nas relações ou na construção das marcas. Vejam bem: ele, que é reconhecido pelo legado de paixão pela entrega criativa fora da curva aponta para a necessidade de estar aliado com uma jornada do consumidor afiada. “Se a gente precisa cada vez mais entrar na vida das pessoas, faz todo sentido do mundo ter um parceiro robusto que nos alimente com dados que sózinhos não teriamos acesso. Agora podemos ganhar em entrega e crescer em escala”, completou. Brian Whipple, por sua vez, tranquilizou o auditório ao afirmar que o interesse da Accenture pela Droga5, é pelo DNA e jeito de pensar da agência, sustentando que não há qualquer intenção de mudar isso. Aliás, pelo contrario, já que a ideia é unir o melhor dos 2 mundos e não os anular.
Na sequência, R/GA subiu ao palco com o tema The new creative capital para afirmar que oportunidides estão sendo perdidas pelas agências que estão focadas em produzir “apenas” propaganda. E quer saber? Eles estão cobertos de razão. A partir daí, decorreram sobre os programas de aceleração da R/GA Ventures, que tem agregado valor de longo prazo a seus fundadores, investidores e parceiros por meio de business transformation, do marketing estratégico, do branding, do design e da tecnologia e leva as 105 empresas participantes a um novo nível.
Por fim, Mastercard foi um drop de leveza na palestra Giving the something they can feel: multisensory. O CMO Rajar Rajamannar passeou sobre caminhos que a marca precisa recorrer para se fortalecer, da tela da TV e outras telas, para dentro do espetáculo da vida, com tecnologias que promovem imersão, interatividade, sons, cheiros, sabores e tudo mais que tiver contato com o consumidor. Ou seja: oferecer experiência “priceless” em um contexto onde as pessoas recebem cerca de 5.000 impactos comerciais por dia. Isso não significa que a publicidade esteja morta, mas que ela evoluiu. Ainda bem.