A Apple Music tem uma série de TOP 100, com playlists divididas por países. São várias. Desde os países maiores como os Estados Unidos até países bem menores, como o Azerbaijão, o Bahrain ou a Armênia.
Pensei “oba, volta ao mundo sonora”, bora conferir o que toca nesses vários países espalhados pelo nosso planeta.
E foi aí que a minha curiosidade musical virou curiosidade atropológica. Porque em 3 minutos eu cheguei a duas conclusões importantes:
- são as mesmas músicas no mundo todo
- as listas são muito ruins (mais sobre isso em um instante)
O mundo globalizou de fato, já sabemos disso desde a década de 80. Mas não dá para negar que culturalmente pagamos o preço de uma crescente aniquilação de culturas locais. O mesmo rapper que toca na rádio americana, toca no Azerbaijão. A internet, com seus videos e seus streams, nivelou os ouvidos de todo o mundo.
Por que ainda existe o “mainstream”?
Com relação à qualidade das listas, sinto muito mas vou ter que assumir uma visão pessoal. é ruim demais. Não costumo ter muitos preconceitos em relação à música, algo que faz parte da minha vida intensamente desde a adolescência. pelo contrário, adoro buscar coisas diferentes, até as mais bizarras e obscuras. Mas simplesmente não consigo entender como , dentro de um acervo de… MAIS DE 50 MILHÕES DE MÚSICAS a distância de um clique, a chamada indústria fonográfica continue com tanto poder de influência. E pior: co-autora de um mainstream raso, sem autenticidade nenhuma e sem nenhuma diversidade de gênero, expressão da moda que funciona mais na cabeça das pessoas do que na prática.
Diversidade de gênero. Musical.
Difícil não puxar a carteirinha de tiozão, mas “na minha época”, tinha Rolling Stones, tinha MPB, tinha música caipira, tinha pop nacional e pop gringo. Era misturado.
Claro, continuam disponíveis (50 milhões!). Mas estou falando dos TOP 100. As músicas que são mais tocadas. Tudo igual, tudo do mesmo gênero e – muitas vezes – dos mesmos artistas. Tudo certo, estão fazendo a arte deles, respeito. Mas convido a todos que posso que ambicionem mais, pesquisem mais e aproveitem a tecnologia de 2019 para assumir uma pro-atividade em relação ao que você ouve. Você e, principalmente, a molecada.
Enfim, dá uma conferida em algumas dessas playlists TOP 100 abaixo e me diga o que pensa do assunto nos comentários. É uma oportunidade de dar uma olhada geral na cena musical do planeta.
TOP 100 GLOBAL
TOP 100 Estados Unidos
TOP 100 Brasil
TOP 100 Filipinas
TOP 100 Egito
TOP 100 Emirados Árabes
Já deu pra sentir né? Para ouvir listas de outros países, acesse seu serviço de stream preferido, todos eles tem algo parecido.
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Os nutricionistas recomendam que a nossa dieta seja o mais “colorida” possível, com uma distribuição equilibrada entre os grupos alimentares daquela famosa pirâmide que a gente tinha que decorar na 7ª ou 8ª série antigamente (carteirinha de tiozão feelings), pra ter uma vida saudável.
Há quem opte por ser mais radical e consuma uma alimentação altamente restritiva. Ok, cada um sabe de si, mas o nosso corpo não precisa viver só de frutas, legumes e verduras não, uai!
É verdade que não é possível manter a saúde à base de fritura, embutidos, refrigerante e chocolate 3 vezes ao dia, 7 dias por semana; mas junk food de veeeez em quando, não leva ninguém a óbito repentinamente.
Tudo bem que existem pessoas que não comem determinados alimentos, pque realmente não gostam ou pque têm alergia mas, de uma maneira geral, elas chegaram a essa conclusão depois que experimentaram.
Dizer que não gosta de um alimento sem nunca tê-lo comido é coisa de criança, ou seja, uma fase de imaturidade que deveria passar quando se chega à fase adulta.
A diversidade culinária no mundo é tão rica e vasta, que não dá pra fazer turismo sério, sem conhecer as comidas tipicas locais, né?
Ora, se a variedade no que entra pela boca faz bem, por que essa mesma regra não valeria pro entra pelos ouvidos?!
Até por ser musicista, eu preciso estar aberta a ouvir de um tudo, mas independente disso, faço questão e tenho muito orgulho de consumir um cardápio musical bem heterogêneo, onde cabem:
forró, música erudita, MPB, música sacra, R&B, (funk carioca NÃO!), samba, rock, bossa nova, pop, música latina… cabe quase todo o mundo no meu prato.
;)
funk e uma merda brasileiro adora merda sertanojo
Ultimamente tenho ouvido rádios europeias de principais cidades como Londres, Berlin, Oslo, Lisboa e Amsterdam a fim de saber quais são as músicas das programações. Fiquei muito surpreso em ver que os hits norte-americanos dominam as playlists das emissoras. É quase difícil ouvir um hit de idioma local. Nas rádios portuguesas ainda consegui ouvir músicas de artistas brasileiros. Resumo: As playlists estão muito uniforme, seja no streaming e/ou no mainstream.
É que no caso do Brasil, a “própria música” no caso é o funk carioca né? Um fenômeno, sem dúvida.
Wagner, você viu a pesquisa que o Spotify divulgou sobre o gosto de seus ouvintes ao redor do mundo? “Brasileiros são os que mais ouvem a própria música entre todos os países”. É interessante. Fala sobre como a América Latina escuta muito reaggeton cantado em espanhol, como os paises de lingua inglesa compartilham muito mais os gostos do hit parade…
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/10/brasileiros-sao-os-que-mais-ouvem-a-propria-musica-entre-todos-os-paises.shtml
É que no caso do Brasil, a “própria música” no caso é o funk carioca né? Um fenômeno, sem dúvida.