Notícias por colaboração pública. Por que essa ideia precisa decolar?

Notícias por colaboração pública. Por que essa ideia precisa decolar? Notícias por colaboração pública. Por que essa ideia precisa decolar?

Ex-funcionário do Google largou seu emprego para montar a Newsvoice, um agregador de notícias feita por crowdsourcing. Gente como você e eu, escolhendo, editando e ranqueando acontecimentos por todo o planeta, de forma 100% independente. Assim como na Wikipedia, é possível editar (ou votar) em opções de pautas, títulos, imagens, etc. Tudo, com a mesma despretensão, boa vonatde e eficiencia daquele cara que liga na rádio pra contar como está o trânsito, pelo simples prazer de compartilhar uma informação útil e relevante.

Mas por que isso é importante?

Há tempos andava incomodado com minhas fontes de informação de notícias. Acho que todos nós estamos, em maior ou menor grau. Mas de uns dois anos para cá, resolvi puxar o plug dessa tomada. Tchau Rede Globo, CBN, Globo News, Estadão, Folha de São Paulo, CNN, Band News, Revista Veja… e basicamente todos os outros veículos que crescemos consumindo em doses diárias. Não dá mais. Todos, sem exceção, quebrados.

A imprensa está quebrada, refém de inevitáveis editorias enviesadas, dogmáticas (não importando se você é de esquerda ou direita ou nada disso), com as mesmas pautas de sempre, 99% das vezes sobre políticos que ganharam ares de personagens de novela. não dá mais, ninguém aguenta.

Precisamos PARAR de consumir notícias pelas vias normais. Primeiro porque são tóxicas e enviesadas. Segundo, porque não precisamos mais depender desses veículos. Muita coisa acontecendo por aí que acabam cedendo espaço para o noticiário político + futebol. O mundo é mais do que isso.

Claro, tudo isso é de fato meio utópico, mas é preciso começar por algum lugar. E tenho a impressão que mesmo assim, em estágio embrionário e com o déficit do amador vs jornalista profissional (aquele que apura, busca, arredonda) já é melhor do que circula por aí nas vias regulares. Jornalismo tem a técnica do ofício, mas perdeu a relevância ao se transformar excessivamente em instrumento ideológico e/ou de entretenimento/audiência. Amadores podem não ter essa habilidade do ofício, mas compensam em relevância e pela curadoria coletiva.

Faça o teste, não precisa abandonar suas fontes tradicionais de uma vez, mas procure montar um painel de fontes mais confiáveis e PERTINENTES na sua vida. Experimente por um mês e depois me conta ;)

6 comments
  1. Se eu não conhecesse o mundo como ele é hoje, eu ia pensar: genial! Mas em tempos onde as notícias falsas vêm cada vez mais aumentando e gerando impactos enormes na vida de todo mundo, como confiar em canais colaborativos, pessoas físicas geradoras de notícias etc? Como medir a confiabilidade?

    1. Sim, o caminho é não dar esse poder de “confiar” cegamente em ninguém. Mesmo no sistema colaborativo as informações precisam ser entendidas como ponto de partida para investigações pessoais: checar com outras fontes, ouvir lados opostos e/ou conflitantes, olhar crítico… enfim, tudo aquilo que a gente sempre acreditou que a imprensa oficial fazia hehehe. Mas acho o momento positivo, imagino sempre o quanto foi enfiado na cabeça das pessoas de qualquer jeito, antes da internet. Mais info disponível… cabe a nós aproveitar e não ficar passivo.

  2. Interessante dilema. Essas ex-fontes de informação citadas no texto, de alguma maneira, ainda trazem uma chancela de responsabilidade. Tem nome e CNPJ. Precisam responder legalmente pelo q escrevem. E são jornalistas/pessoas trabalhando atrás dos títulos, como vcs. Se duvido 100% do maior jornal do país, como confiar em pequenos sites, redes etc e tal? Nossa maior crise é de confiança, e não de informação. Dito isso, resta atualizar as ideias sempre, sem ficar amarrado a nenhuma delas. #UpDateOrDie <3

    1. Volta e meia também me pego dando crédito para os veículos tradicionais por conta dos motivos que você mencionou. Mas, por outro lado, essas credenciais têm perdido força e no final das contas é preciso desconfiar de tudo e de todos sempre, não por desconfiança, mas por padrão mesmo. Começam todos do zero e, se for o caso, vão ganhando credibilidade com o tempo. É preciso ter uma atitude pró-ativa em relação as fontes de informação, algo que não aprendemos a desenvolver. Dizem até que as notícias que consumimos têm o poder de alterar a forma como enxergamos o mundo, geralmente de maneira mais deprimente do que o contrário. Obrigado pelo carinho com o UoD ;)

Deixe um comentário