Você sabe o que é “sexting”? Não? Pois bem! Trata-se de um fenômeno global de enviar, receber ou encaminhar mensagens de contexto sexual e/ou erótico ou ” picante” ou ainda, fotos sexualmente explícitas, tais como nudes por meio de mensagens de texto ou outros meios eletrônicos. A prevalência de sexting tem aumentado nos últimos anos, sobretudo, em adolescentes e pré adolescentes. Para se ter uma dimensão do sexting em um estudo da JAMA Pediatrics com uma amostra de 110.380 participantes adolescentes de vários lugares do mundo a prevalência média para envio e recebimento foram de 14,8% e 27,4%, respectivamente.
Neste período de quarentena há rumores do aumento do sexting não somente entre adolescentes, mas também em adultos jovens. Esse comportamento é notado principalmente entre aqueles que não possuem uma parceria sexual fixa ou não estão vivendo um casamento ou coabitando a mesma casa como forma de diminuição da ansiedade e do medo. Para os apreciadores do sexting essa é uma possibilidade de realização sexual e de lidar com o tesão em tempos de distanciamento social. Trata-se de uma forma de se estabelecer um diálogo erótico, com possibilidade de jogos sexuais e de masturbação que não comprometem a contaminação, desde que sigam as recomendações de lavagem das mãos antes e depois da prática. Vale lembrar que não se deve esquecer de higienizar seus aparelhos celulares e/ou teclados de computador.
No entanto, o sexting tem sido cada vez mais reconhecido como uma preocupação em saúde, principalmente entre o público adolescente. As preocupações com o sexting são cada vez mais predominantes na mídia convencional e acadêmica, apesar dos resultados limitados e inconsistentes da pesquisa sobre este fenômeno e prática. Grande parte do discurso gira em torno de danos que podem estar associados ao sexting, o qual geralmente é considerado como um comportamento arriscado.
Isto porque entre os jovens, o sexting pode ser um preditor de comportamento sexual de risco (iniciação sexual precoce, atividade sexual sem proteção) e pode estar associado a outros desfechos negativos em saúde mental. Estudantes do ensino médio, principalmente homens, que relatam já ter feito sexting podem ter maior probabilidade de cyberbullying, depressão e suicídio. A necessidade de ser popular tem se mostrado um fator que pode aumentar a probabilidade de envolvimento em sexting. Embora o sexting tenha um claro impacto emocional sobre os adolescentes, ele não parece gerar um impacto negativo entre os envolvidos em relacionamentos românticos e sexting conscesuais, pelo menos no curto prazo.
Concretamente, esse fenômeno parece desencadear emoções relacionadas à ativação em meninos e meninas (sinto-me animado, enérgico, satisfeito, pronto, determinado, ativo). Tem sido encontrado algumas diferenças no impacto emocional por gênero, as meninas se sentindo mais deprimidas e aborrecidas no sexting secundário e os meninos mais ativos em relação aos dois tipos de sexting. As interpretações dos adolescentes sobre a atividade são importantes, pois sexting pode ser usado como um comportamento sexual entre duas pessoas que consentem.
Pelo sim ou pelo não, se estiver carente, sem perspectivas de um encontro não virtual e for fazer alguma forma de sexting tome alguns cuidados e precauções. Não se exponha demais, evite compartilhar imagens com alguém que você não conhece, faça algo somente se você estiver totalmente à vontade para isso. Fique espero! O sexting não pode ser encaminhado a terceiros, conter imagens de menores, ocorrer em um contexto de pressão entre os pares ou entre as parcerias ou assédio. Do resto: divirta-se!