A crise da Covid-19 está sendo um teste e tanto para a cultura dos influenciadores que, há alguns anos, vem invadindo as nossas telas. Em um momento no qual boa informação e bons exemplos fazem toda a diferença, as webcelebridades têm trocado os pés pelas mãos na hora de criar seus posts, vídeos e stories. O exemplo mais recente, da influencer fitness Gabriela Pugliesi, é apenas o mais escandaloso desses erros.
Em todo o mundo, os “famosos da internet” estão sendo cobrados pela sua postura diante a pandemia. Não basta mais o talento de postar uma foto linda em um lugar paradisíaco com um texto motivacional. Contam as atitudes que vão além do superficial, do entretenimento puro e simples. Com todo o planeta ainda mais ligado no mundo digital, a tela vira uma lente de aumento. E é implacável. Todo cuidado é pouco na hora de dar uma opinião sem embasamento, um dado pouco pesquisado. Uma palavra mal colocada, muitas vezes disfarçada de dica inocente, pode trazer consequências sérias, como a injeção de desinfetante do “influencer” Trump.
Claro que, nos dias que vivemos, o cuidado que os influenciadores precisam ter com seu conteúdo fica mais evidente. Mas isso tem que ser a premissa o tempo todo. A vitrine das redes sociais tem esse poder de privilegiar a estética e transformar quem a domina em estrelas da noite para o dia. Mas a beleza é uma sedução temporária, enquanto o bom conteúdo é um amor contínuo. E os influencers sabem disso. Mas o que começou com uma busca pelos melhores ângulos não evoluiu para uma procura, organizada e séria pelas melhores informações. Por isso, talvez seja a hora de fazer o caminho inverso.
Talvez seja hora de buscar os verdadeiros especialistas que estão por aí e não conseguem quebrar a dura barreira dos milhares de seguidores. E as agências tem uma baita oportunidade com isso. De encontrar e embalar melhor esses talentos. De nutrir os produtores de conteúdo que realmente entendem dos seus assuntos, sem fórmulas e receitas mirabolantes. Nós temos as ferramentas e o olhar para dar destaque a essas pessoas e seus conteúdos de qualidade. Com a vantagem de construir influenciadores realmente comprometidos com as nossas marcas. O esforço de construir um influencer do zero pode ser cansativo mas, com certeza, é menos trabalhoso do que reparar o efeito de um escândalo, como a festa da influencer.
É hora de exercer nosso real trabalho de curadoria e construção de marca, agora aplicado ao mundo dos influenciadores. Ou, repaginando um ditado da internet, let’s make smart people famous.
Amén 2, precisamos fazer circular conteúdos de qualidade além de remunerar bem quem merece e parar de dar dinheiro para muito do lixo que circula por aí
“Let’s make smart people famous”.
Amém! ??