Aposto que você bateu o olho no gráfico e já achou que fosse mais um dos gráficos do corona, não é mesmo?
Mas o fato é que sim. É sobre o corona.
Na verdade é sobre tempos de crise no geral e em como a criatividade aumenta com a pressão.
Ser criativo é ter a capacidade de construir ou produzir algo inédito e original.
Criatividade é a busca por uma solução inovadora, fora do convencional.
E “fora do convencional” é exatamente o que tempos de crise nos proporciona.
Ninguém sabe por quanto tempo uma crise vai se estender. Mas a gente sabe que daqui a algumas horas teremos fome, e precisaremos comer.
Então junte a pressão (prazo curto, grana curta, recursos curtos, conhecimento curto) com um problema “fora do convencional”, e voilá, você descobriu a fórmula da criatividade.
É por isso que o gráfico de criatividade cresce, conforme uma crise também cresce.
As empresas começam a “se coçar”.
Reuniões são marcadas para resolver logo o problema de relacionamento com o cliente.
Agilizam soluções para vender, reter, entregar, receber…
Tanto que dizem que o maior causador da tal da transformação digital nas empresas não são consultores, nem diretores de marketing, nem gerentes de T.I. Na verdade o coronavírus é o maior “acelerador” de ideias. Um microscópico anti-coach que fala assim:
Mude ou morra.
E quem vai matar sou eu.
E ele tem matado.
As pessoas, a economia, os negócios.
Mas para sobreviver, nós nos rebolamos.
E aqui está o gráfico (hipotético, mas plausível) do crescimento da criatividade no mundo.
O twist-plot é agora:
O problema não é o crescimento.
É a queda.
Vai cair.
Toda crise acaba.
E com ela acabam também as ideias inovadoras.
Acaba o senso de urgência.
Acaba a necessidade vital de se aproximar de clientes.
Acaba a comunicação constante.
Acaba o espírito de equipe.
Aí a curva vai baixando.
Vamos nos acostumando ao cenário atual.
Vamos nos acomodando em nossas ilhas de trabalho.
E as empresas ficam fadadas a sobreviver à crise por um lado, e matar a inovação por outro.
Vamos ficando medíocres novamente.
E aqui você continuará vendo ideias de empresas que decidem manter seus gráficos de criatividade sempre em alta. Com coragem, audácia, sem se acomodarem, e sempre pensando em coisas fora do convencional.
A pergunta é:
Vamos admirar de longe e falar “mano do céu, olha aqui a ideia loka que os cara tiveram”?
Ou vamos fazer parte dos que não deixam essa curva achatar?
Nós, profissionais, temos essa responsabilidade para com as empresas.
As marcas tem essa responsabilidade para com o mundo.
Inovar sempre.
Melhorar sempre.
Cuidar do planeta sempre.
Cuidar das pessoas sempre.
Trazer soluções sempre.
E o desafio é exatamente nunca deixar a curva da criatividade achatar.
Especialmente depois que essa crise toda passar.
Boa Thiago. Mesmo sabendo que existe a tendência de retorno a forma original, sou otimista, acho que volta um pouquinho do que era antes. Costuma ser assim, o impacto é quase sempre mais forte do que o residual, mas é a dinâmica da coisa. É que nem o primeiro pé na bunda, o primeiro é sempre o mais forte, depois você vai ficando mais esperto.Ou não! :)
Exatamente.
A curva sempre cai. A ideia é depois de passada a crise a gente conseguir manter os aprendizados. E com o tempo, ao invés de levar o pé na bunda, ser aquele que já antecipa os sinais do pé na bunda! Para colocar uma cueca com almofadinha no pompom. :D