Meu amigo Faris Yakob sempre defendeu que a originalidade é um mito. Que nada vem de lugar algum e que aquilo que nos parece novo é também um remix de coisas já existentes. Honestamente, parece que nosso mercado tem tido dificuldade para distinguir um remix de uma cópia pura e simples.
Vivemos cercados de pseudo-especialistas repetindo clichês e copiando uns aos outros em um looping infinito. “O que podemos aprender com Emily em Paris?”, “O que o último merchan no Big Brother nos ensina?”, “O gambito da rainha e o storytelling”. Toda análise que inicia de uma combinação de ideias minimamente inusitadas se torna rapidamente alvo de cópias que se multiplicam mais rápido do que é possível contar.
Isso me lembra a cultura de “memes do Tik Tok” na qual a graça está em copiar um vídeo que deu certo, repetir as mesmas coisas, do mesmo jeito, com o mesmo filtro e mesma trilha sonora. O importante não é criar, mas participar. E está tudo bem.
Exceto que o mercado de marketing não é um aplicativo para adolescentes. Não estamos produzindo memes para nos divertir. Mas, produzindo conteúdo para elevar o senso crítico do mercado. E como podemos fazer isso se continuarmos nos contentando com a mediocridade das cópias?
Talvez por coincidência ou espírito do tempo, em um mesmo dia eu observei três perfis de instagram questionando os limites da inspiração, cópias e até mesmo plágio. Sinal de que muita gente anda sentindo na pele os efeitos da ideia errônea de que a internet é “terra de ninguém”.
Somos uma indústria pautada pela criatividade. Vivemos de inspirações e referências. Mas é preciso delimitar um limite claro entre a inspiração, o plágio e o autêntico. O medíocre simplesmente copia. O talentoso imita com seu próprio jeito. Mas, só o gênio rouba a inspiração e é capaz transformá-la em algo completamente novo. Existe autenticidade no remix, mas é preciso saber remixar.
Tema importante. Poderia ter exemplos…