Tênebra: narrativas brasileiras de horror [1839-1899]

Tênebra: narrativas brasileiras de horror [1839-1899] Tênebra: narrativas brasileiras de horror [1839-1899]

Esta semana uma invocação do mais puro horror foi feita nas livrarias: Tênebra – uma obra com 27 narrativas brasileiras de horror escritas ao longo de sessenta anos, organizada pelos autores Júlio França e Oscar Nestarez.

Tênebra: narrativas brasileiras de horror [1839-1899]
trabalho tipográfico de ilustração criado por Eduardo Belga

Citando os autores, este livro “pretende contribuir para desfazer um engano que vem sendo perpetrado há muitos anos: o de se acreditar que a literatura de medo brasileira se resume a Álvares de Azevedo e a uma ou outra narrativa macabra, esporádica e inconsequente”. Seguindo esta linha de raciocínio, Nestarez e França ainda enfatizam que “o horror, o terror, o gótico, o sublime, o grotesco – foram recursos de composição extensivamente empregados na literatura brasileira do século XIX, não apenas em gêneros ditos populares como as narrativas de sensação e as ficções de crime, mas observáveis em inúmeras obras dos diversos estilos de época estabelecidos pela historiografia acadêmica – romantismo, naturalismo, decadência”.

Os contos obscuros reunidos neste livro, colhidos após minuciosa pesquisa, mostram que, além da temática tenebrosa, outra escuridão durante muito tempo os acometeu: nunca haviam sido contemplados pelas luzes da crítica literária, permanecendo ocultos até mesmo dos leitores do gênero. E a seleção de autores é primorosa: Afonso Celso, Aluísio Azevedo, Américo Lobo, Antônio Joaquim da Rosa, Bernardo Guimarães, Bruno Seabra, Cícero Pontes, Corina Coaracy, Couto de Magalhães, Cruz e Sousa, Emanuel Karnero, Fagundes Varella, Francisco Bernardino de Souza, Franklin Távora, Inglês de Sousa, José Ferreira de Menezes, Joaquim Manuel de Macedo, Júlia Lopes de Almeida, Juvenal Galeno, Lima e Silva, Machado de Assis, Maciel da Costa, Manuel de Oliveira Paiva, Maria Benedita Bormann, Olavo Bilac, Rodolfo Teófilo e Silva Guimarães.

O livro ainda possui um trabalho tipográfico de ilustração criado por Eduardo Belga que completa magistralmente a atmosfera sombria das narrativas selecionadas.

Uma obra para os fãs de horror e – especial – para quem é fã desse gênero tão raro no território brasileiro.

Add a comment

Deixe um comentário