Há long long time ago, o Natal que a sociedade moderna conhecia não era este conjunto relativamente moderno de costumes que são traçados todos os anos desde os anos 30 do século XX: Papai Noel gordinho, renas, presentes embaixo da árvore, meias penduradas com cuidado. Este Papai Noel que conhecemos surgiu com a Coca-cola e se popularizou após a segunda guerra, para acalentar os pequenos baby-boomers.
Ok, e esse Krampus? O personagem pagão é o santo padroeiro da Rússia, Grécia e da Noruega e um velho centenário da mitologia nórdica. (já assistiu Vikings?) Segundo o folclore, o diabo com chifres e patas de bode fez parceria com o alegre e velho Saint Nick ou São Nicolau, um bispo que ficou conhecido por sua caridade e afinidade com as crianças no século XVII. Os cristãos costumavam celebrar uma festa para o São Nicolau que acontecia sempre no inverno (do hemisfério norte, claro).
A lenda funcionava da seguinte maneira: Todos os anos daquele período, no início de dezembro, as crianças da Áustria e países vizinhos se preparavam para São Nicolau visitá-las. Se elas foram boas, ele as recompensaria com presentes e doces. Mas se elas foram más, receberiam muito mais do que um pedaço de carvão – teriam que enfrentar Krampus que aparecia todos os anos, precisamente no dia 5 de dezembro, para perseguir crianças malcriadas e talvez até “arrastá-las para o inferno” (terrorismo raiz!). As versões europeias de São Nicolau há muito tempo têm personagens assustadores, como Belsnickle e Knecht Ruprecht, que distribuem punições similares. Krampus é um desses personagens que vem do folclore da região nórdica, onde tem assustado crianças e divertido adultos por centenas de anos.
Krampus poderia ser visto correndo pelas ruas durante a celebração Krampuslauf – literalmente, uma “corrida Krampus”. O momento era uma maneira de assustar as crianças para se comportarem em suas trivialidades do cotidiano, e de certa maneira, uma diversão para os homens adultos desabafarem e darem boas gargalhadas enquanto corriam bêbados atrás da molecada. Isso parecia ser divertido!
O nosso bom velhinho de traje vermelho dos dias de hoje ainda carrega algumas similaridades com o monstrengo centenário, como o hábito de carregar um saco de presentes, que naquele período servia para levar as crianças mal educadas, e quando há um diálogo entre o Papai Noel e uma criança, o velhinho sempre pergunta se ela se comportou bem durante aquele ano. Um resquício quase genético do mito.