“Entre o Céu o Sal”, de Everton Behenck, publicado pela Editora Nacional, reflete sobre a distância que separa o passado
Poeta, redator, músico e pai, Everton Behenck já lançou dois livros de poesia, “Os Dentes da Delicadeza” e “Nada Mais Maldito que um Amor Bonito”. Mas, foi na publicidade que seu trabalho ficou conhecido em todo o país, escrevendo os roteiros das clássicas campanhas de fim de ano do Banco Itaú.
A trama de “Entre o Céu o Sal” é ambientada na zona sul do Rio de Janeiro. De maneira distópica, o autor imagina uma cidade totalmente alagada pela água do mar, a obra fala sobre a elite que expulsou os moradores dos morros para dar lugar aos novos bairros.
Zias, o protagonista, é criado no exílio em Portugal depois do assassinato do pai e vive nas ruas de Lisboa em meio ao crime, às drogas e ao vício digital. Tudo muda quando recebe a notícia de que seu pai ainda estaria vivo e só ele poderia salvá-lo. Então, parte para o Rio e descobre ser “o escolhido” para assumir a igreja evangélica revolucionária liderada por seu pai. Zias encontra uma cidade tomada pela água, organizada legalmente pela milícia, onde uma nova droga assola as igrejas e trabalhadores de aplicativo fazem qualquer coisa por alguns trocados.
Ao mesclar elementos reais e imaginários, “Entre o Céu o Sal” provoca no leitor a reflexão sobre a distância que separa o passado, o presente e este futuro, além de expor as grandes tensões do nosso tempo.