Depois de um postão do Wagner Brenner – Criativos vs algoritmos. Tem isso? – fiquei quase 2 horas em devaneio.
Me vi na urgência de mudar toda a mentalidade do meu atual trabalho (criatividade e estratégia) para o seguinte pensamento: devo agora entender das ferramentas de Inteligência Artificial, “domá-las” e passar a oferecer esse tipo de tecnologia para meus clientes.
Então assumi uma jornada: entender com mais profundidade sobre a inteligência artificial. Os impactos reais dela. Os impactos especulativos. O que há de substância, e o que há de meros gases que dilatam essa bolha.
E como os algoritmos não falham, acabo me deparando com a indicação de outro textão (no sentido de tamanho e qualidade) indicado pelo Silvio Meira. um artigo repleto de links que descortinam muito dos bastidores, especulações e resultados reais da tal inteligência.
É fato que a IA não é uma bolhazinha apenas. Muito da nossa atual internet, softwares, apps, sistemas, etc são carregados dessa tecnologia e mostram tamanha eficácia exatamente por isso.
Então entenda que esse texto aqui não é um manifesto do tipo: “sai dessa que a IA é só mais uma ilusão”. Mas serve como escape que consegui dar a minhas emoções, após ter sentido minha carreira em xeque-mate.
E a frase que me tirou da inércia foi essa:
“Ted Chiang mostra uma diferença entre a saída do ChatGPT e autores humanos: o primeiro rascunho de um autor humano geralmente é uma idéia original, mal expressa, enquanto o melhor que o ChatGPT pode alcançar é uma idéia não original, expressa com competência.”
Ele também escreveu “O ChatGPT é um JPG borrado da internet“, e também “Porque os computadores não conseguem se fazer mais inteligentes“.
E fecho aqui parafraseando dois destaques:
1) O primeiro rascunho de um autor humano, geralmente é uma ideia original e ainda mal expressa. Uma ideia carregada de todo repertório que temos de emoções e instintos, coisa que a máquina jamais terá.
2) O melhor que o ChatGPT pode alcançar é uma ideia costurada a partir dos textos de muitas outras ideias, uma colcha de retalhos bem costurada muito bem expressa em termos “linguísticos”, mas que um olhar humano mais atento percebe a “obra de arte” como “réplica da réplica”.
Será?
Isso a gente ainda especula.
Mas é bom ter uma leitura dos dois lados. A verdade deve estar entre um polo e outro. Em que medida, ainda não sabemos. Só no futuro será possível fazer uma “leitura regressiva” da história de como a Inteligência Artificial se desdobrou.
(Imagem de destaque: ilustração digital por Vivek Thakker)