O post. Depois de escrever mais de 12.000 deles nos últimos 14 anos, acho que estou credenciado para dar meu pitaco sobre o assunto. Vamos lá.
Hoje todos nós temos diversas opções de compartilhamento. Por texto, video, voz. Em 140 caracteres ou bem mais. Com um thumbnailzinho seguido de um parágrafo ou com um artigo recheado de pensamentos e todo tipo de mídia (imagens, gráficos, playlists, videos, apresentações, etc). Do nano compartilhamento de apenas um emoji até artigos que acabam virando livros.
Tem lugar, disposição e momento pra todos esses formatos isso. E cada plataforma tem suas vantagens e desvantagens. Para diferentes perfis de pessoas.
Isso posto, estou livre para manifestar minha predileção pelo post original, o que deu origem a série: o bom e velho post de blog, como este que você está lendo neste exato momento.
Meus motivos
Meu primeiro motivo é egoísta. O ato de escrever um post traz benefícios para quem o escreve. Já é legal antes mesmo de ser publicado. Só o a gestão e o parto já justificariam, um exorcismo de coisas que perambulam dentro da sua cabeça. Tipo aquela carta para o(a) ex que você escreve, mas nunca manda. Escrever um volume maior do que um parágrafo implica em pensar, pesquisar e ordenar os pensamentos para que façam sentido em forma de palavras.
Quando você escreve sobre um assunto qualquer, você precisa explorá-lo um pouco. E no ato da escrita o conteúdo vai fixando com mais força no seu cérebro. Descobri outro dia que uso exatamente o mesmo truque que o Richard Feynman (ele copiou de mim! Rá!): para manobrar as ideias, faço uma palestra de mentirinha, mental mesmo, sobre o tema. Escrever um post é um processo parecido. É se vestir direito para receber visita.
A outra enorme vantagem do post é que ele tem uma vida útil muito maior. Eu já sabia disso, mas não desconfiava que era tanto. Dá uma olhada nesse comparativo:
Vida Útil dos Tipos de Posts
Tenho posts que escrevi em 2006 e que ainda circulam com vida própria por aí, sem qualquer esforço extra. Volta e meia recebo um comentário sobre algo que escrevi há mais de uma década e penso “nossa, como você achou esse texto?”
O leitor aposta em textos. A ficha é o tempo que ele te dá. E o investimento se mede pelo retorno
As micro-postagens em redes sociais são super práticas e legais para compartilhar achados ou insights, mas é como riscar um fósforo. É efêmero. A leitura de um post é um voto de confiança dado pelo leitor, uma aposta de que valerá o tempo investido. E por isso costuma ser mais pensado e esculpido para fazer juz. Ao final, autor e leitor saem ganhando. Pelo menos essa é a intenção.
Esse vínculo cria uma cumplicidade. Todas essas palavras que você está lendo agora estão sendo “faladas” por mim dentro da sua cabeça, como se estivéssemos os dois, conversando. Uma ponte, uma ligação que só um texto maior tem tempo de criar.
Qualidade de Conteúdo
O ultimo motivo é pela qualidade do conteúdo. Tenho consciência de que estou ficando velho mas, sinceramente, nosso mundo todo conectado, uma maravilha da tecnologia que demorou milhares de ano para estar disponível assim tão fradinho pra gente, merece um conteúdo melhor. Não estou falando só de profundidade, afinal não queremos um papo cabeça o tempo todo. Mas falta elegância até nas coisas mais banais. O residual de um post costuma ser mais edificante do que o de um micro-post.
Não é regra, mas de forma geral, é fato.
Para finalizar deixo aqui meu convite e o espaço para você experimentar por conta própria o prazer de escrever um post e tirar suas próprias conclusões. Alerto que vicia, de outra forma não teria conseguido escrever tantos nesses últimos anos. Só por paixão mesmo. Escreva. Tem um botão no alto dessa página, “envie post”, que deixamos alí como uma armadilha para caçar pessoas como você. Como sei que você é uma delas? Bom, se você me acompanhou até aqui, nesse nosso papo a dois, provavelmente você é desse time.
E eu adoraria ter o privilégio de ler os seus textos também.
Vou dar um último empurrãozinho vai. Clica aí:
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Sou suspeita para falar, mas também adoro um blog post. E gosto tanto de escrever como de ler.
Nada substitui um post
Certíssimo, ta na hora. Ninguém aguenta mais o bater boca das redes, falta conteúdo de qualidade
E o medo???
:o
Como assim???!!! Medo nada, é só mandar. Seria um prazer ter seus textos publicados aqui. Já devia ter convocado antes :)
Então é aquela história de “e se tiver medo, vai com medo mesmo”?!
Ai meu pai!!!
?
Só posso prometer que eu vou dar tudo de si, ré bemol e fá sustenido pra tentar.
:)