Experimente o “reconhecimento emocional” e veja como essa tecnologia pode ser tendenciosa. Teste aqui

Veja como a tecnologia que promete reconhecer como você está se sentindo pode ser revolucionária, mas ainda imprecisa e tendenciosa.
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O reconhecimento facial você já conhece bem.

Tem na entrada do seu prédio, no seu celular, na catraca do seu trabalho, no clube. Nos últimos anos, elas tem se tornado quase onipresentes em cidades grandes e escaneiam multidões todos os dia.

Mas e o reconhecimento emocional? Você já ouviu falar?

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Basicamente, além de identificar quem é a pessoa, a nova tecnologia promete descobrir como ela está se sentindo, se está feliz, triste, preocupada, surpresa, ansiosa, etc. E cada vez com mais precisão, graças ao processo de machine learning, em que as máquinas com inteligência artificial vão se aprimorando por tentativa e erro em cada uma das bilhões de interações diárias pelo planeta.

Mas para que saber isso?

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emoções são mais complexas que simples expressões

É um mercado enorme. A tecnologia pode ser útil em alguns casos como segurança rodoviária para identificar motoristas sonolentos, em institutos de pesquisas para ter reações que vão além das verbalizadas, recrutamento de novos funcionários, em casas de repouso para identificar casos de depressão, em escolas para monitorar alunos que estão fazendo aulas remotas, triagem na alfândega, etc. E realmente, parece mesmo que pode ser uma ferramenta útil em todos esses casos.

Mas…

Falhas e riscos

Apesar da aparente boa intenção do reconhecimento facial, a utilização na vida real tem sido acompanhada de alguns problemas, principalmente por interpretações imprecisas das expressões faciais pela dificuldade de contextualizá-las e, ironicamente, por características essencialmente humanas como os preconceitos, por exemplo. Afinal, as máquinas ainda são programadas por humanos, apesar de serem sempre apresentadas com o verniz de modernidade dos algoritmos.

Esse tipo de tecnologia tem sido submetida a um intenso escrutínio nos últimos anos. No ano passado, a Comissão de Igualdade e Direitos Humanos disse que seu uso para triagem em massa deveria ser interrompido, porque poderia aumentar a discriminação policial e prejudicar a liberdade de expressão (nesse caso, literalmente).

Jogue o “Sorrisão falso” aqui e veja se consegue enganar a máquina

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(ainda) é fácil de enganar a máquina

As pessoas tem ficado extremamente surpresas quando descobrem que a tecnologia de reconhecimento emocional é bem mais comum do que a gente imagina e o como já tem sido utilizada em diversos processos sem a maioria de nós pudesse saber disso. Afinal, ela é praticamente uma evolução do reconhecimento facial e boa parte de seu funcionamento usa uma estrutura que já existe, portanto é viabilizada com maior rapidez.

A Dra. Alexa Hagerty, líder do projeto e pesquisadora do Centro Leverhulme da Universidade de Cambridge para o Futuro da Inteligência e do Centro para o Estudo do Risco Existencial, demonstra preocupação com dois aspectos fundamentais: a privacidade e o potencial risco de interpretações tendenciosas. E para aumentar a conscientização sobre a tecnologia e promover conversas sobre seu uso, criou junto com alguns pesquisadores um site chamado emojify.info que convida internautas a fazerem expressões faciais, para mostrar como é fácil enganar a máquina (simulando um sorriso falso, como fazemos na vida real, por exemplo) e deixando claro os perigos de se deixar interpretações tão sutis por conta de um sistema de inteligência artificial que não leva em conta o contexto.

Que é o mesmo problema que acabou com a criatividade na minha profissão (publicidade) por conta das agências de performance e sua obsessão/manipulação por números e ingenuidade contextual, mas isso é outro papo.

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