O muro de Berlim caiu em 1989, mas algumas partes ficaram para não esquecer a história, como os alemães sabem fazer muito bem. Uma dessas partes fica no Mauer Park, no bairro de Prenzlauerberg. Por décadas, grafiteiros pintaram e repintaram essas paredes tentando transformar algo horrível em beleza. E, olha, eles conseguiram. Incansáveis, continuam expressando suas ideias no malfadado muro com todo tipo de sentimentos, questionamentos e experiências com formas e cores. Como não admirar?
De tempos em tempos, as camadas de tinta começam a pesar e despencam, como uma capa, cansada de se sustentar. As lascas, cheias de história, também carregam uma infinidade de cores e texturas. Cada pedaço é único.
O olhar aguçado de Ligia Fascioni não deixou passar batido esses detalhes. Fascinada pela diversidade, cultura e história da cidade onde mora desde 2011, fotografa as paisagens do cotidiano da capital alemã todos os dias. Atraída pelas tonalidades e relevos, começou a fotografar esses pequenos pedaços de muro que já não são mais.
A ilustradora usa as fotos das lascas do muro de Berlim como background para seus desenhos. Faz recortes e colagens digitais contrastando a brutalidade do conceito que o muro transmite, as cores infinitas, o poder feminino e a delicadeza dos animais de uma maneira inusitada.
O resultado merece sua atenção, pois é muito interessante. Veja por você mesmo.
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Lindo é significativo, Lígia!
A história e as muitas manifestações artísticas resgatadas pela sua arte e sensibilidade. Parabéns moça!
Obrigada ❤️