Uma frase muito comum em Austin é o Go Local. Existe um orgulho enorme com o que é da cidade e, por isso mesmo, eles querem que todo mundo tenha contato com o que é daqui. Seguindo esta linha, optei por um painel formado por três pessoas da capital texana e apenas uma de fora. O título: “Networking Sucks. Build Communities People Love”.
Zoha Shafiq é fundadora da fresh2design, uma comunidade de Austin que ajuda designers novos nas área ou novos na cidade a se conectarem. Ela abriu o painel falando da diferença entre networking e comunidades. O primeiro é basicamente a troca de business cards enquanto o segundo visa estabelecer relações autênticas entre pessoas. Comunidades, segundo Shafiq, geram amizades. Já o networking gera apenas contatos. Ele é frio e visa apenas um interesse específico.
Ben Thomas, host do Creative Mornings Austin, falou de como as comunidades não podem girar em torno dos interesses de uma só pessoa. Para ele, as que geram mais impacto nascem do proposito de alguém – geralmente o líder. Ele trabalha mais do que todo mundo, já que tocar uma comunidade não é tarefa fácil. Mas o líder é apenas um facilitador que vai conquistando mais ajuda à medida que outras pessoas vão se engajando ao processo e se dispondo a exercer papeis específicos. O interesse tem que ser verdadeiro e coletivo.
Shafiq também falou de como as comunidades amadas realmente empoderam as pessoas. No caso dela, a fresh2design realiza pequenos eventos bem descontraídos para que as pessoas possam ser autenticas umas com as outras. Ela também destacou como a despretensão é um dos grandes segredos das comunidades que são amadas pelos que compartilham dos mesmos interesses. Ela contou que nunca se preocupou, desde o começo, com o número de pessoas nos eventos, por exemplo. O que contava, segundo ela, era a autenticidade e o nível das relações estabelecidas em cada encontro.
Em determinado momento, a moderadora Kristy Okada perguntou à plateia quem dali, entre os que lideram comunidades, monetizam esse trabalho. Apenas dois responderam que sim, frente a dezenas que disseram não. Segundo ela, este é o maior desafio dos líderes, que passam a cada vez mais a ficar por conta deste trabalho. E se não acontece essa virada, as comunidades podem perder forca. Sobre isso, Bryan Jackson comentou que seu foco esta em oferecer acesso grátis a eventos e conteúdo. Mas alguém tem que pagar por isso, completou. No caso dele, são as marcas, em forma de patrocínio – e nunca os participantes da comunidade. Jackson, que é de San Francisco, é podcaster e criador da comunidade Spec Network. Ele criou um grupo no Slack, onde transformou a audiência do seu programa em uma comunidade de desenvolvedores e designers que se ajudam, realizam eventos e juntos geram muita coisa interessante.
Apesar de pouca profundidade no tema, como geralmente são os debates com varias pessoas, foi bem inspirador ouvir tudo isso. São desafios bem presentes em dois projetos que faco parte: um grupo de startups e um evento anual inspirado no SXSW. Alias, o próprio SXSW tem este poder de criar comunidades espontâneas ao seu redor, alem de ser um evento propicio para amizades intensas, que podem, claro, resultar em ganhos de business, mas que vão muito alem do networking.
[signoff]
O conceito de ‘ comunidade’ é o mesmo que de netweaving (diante de networking)?
Ainda, questões de correção do texto:
1. “Ela contou que nunca se preocupou, desde o começo, com o numero de pessoas nos eventos, por exemplo.”
Número merece acento.
2. “Em determinado momento, a moderadora Kristy Okada perguntou â plateia quem dali, entre os que lideram comunidades, monetizam esse trabalho. ”
Ajeita a crase com acento grave: à.
obrigado.
Diogo Dos Reis Ruiz
Boa braza!! Amanhãto em Austin!
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