O baldão de remédios dos ambulantes do Haiti

Lá no Haiti você não precisa ser farmacêutico nem ter uma farmácia para vender remédios. Basta um balde. E uma boa noção em combinar cores. As torres de comprimidos são como buquês, arranjos medicinais, que precisam ser, antes de mais nada, belos e sedutores. A Ampicilina de 500mg com 24 Comprimidos, por exemplo, faz um ótimo contraste com a cartela de Tylenol. São camadas e mais camadas de blisters de comprimidos presos por elásticos e um balde na base. No alto, uma tesoura, para cortar as cartelas e vender a granel.

A prática é ilegal, mas raramente é impedida pelas autoridades locais ou mencionadas pelas autoridades e pelo governo. E assim, os ambulantes cuidam da saúde dos haitianos, prescrevendo e vendendo suas cartelas coloridas, que vão de pílulas de aborto a Viagra. Para piorar, a maioria dos remédios são genéricos chineses ou marcas famosas com o prazo de validade vencido, que vêm da Republica Dominicana. É uma roleta russa por via oral.

 

“As pessoas não têm segredos com a gente. Elas nos contam tudo sobre suas infecções, problemas digestivos, dificuldades sexuais, tudo. E para cada problema a gente tem um comprimido”

Rénold Germain, vendedor

E assim ganham status de curandeiros e andam pelas ruas vendendo antibióticos para acnes. E como todo bom curandeiro que se preze, carregam sempre a tiracolo sua colorida torre mágica, eliminadora de todos os males.

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