Caos (muito além da roupa suja) nas Mídias Sociais

A internet e a mídia social há muito tempo deixaram de ser palco apenas para discussões familiares e lavagem de roupa suja fora de casa, como também são os maiores canais de transformação e influência social, cultural, política e econômica. A forma como as pessoas acessam, consomem, criam e distribuem conteúdos, impactam na mudança de comportamentos e na formação da psique individual. 

As mídias sociais e seus de algoritmos de engajamento e publicidade são os principais canais de acesso e distribuição facilitada de conteúdos sensíveis, que não trazem necessariamente benefícios para a sociedade. 

Desenvolver a cidadania das pessoas e literacia no ambiente digital são mais que urgentes. Este é o buzz, a plataforma que precisamos criar.

Há muito tempo tanto o Facebook quanto o Instagram têm sido acusados como canais responsáveis pelo grande impacto na disseminação massiva de debates e discursos de ódio, polarização política, campanhas contra vacinação, drogas, machismo e outros debates desequilibrados e absurdos.

No último fim de semana, Mark Zuckerberg solicitou que entidades reguladoras criem leis contra o problema. Ontem 1 de abril (e espero que não seja apenas lorota), foi publicado um post no blog do Facebook apresentando uma pesquisa aberta ao público, sobre a criação de um “Conselho de Supervisão”. Você pode participar, preenchendo aqui (o formulário está em inglês).

Este “Conselho de Supervisão” seria composto por pessoas e/ou entidades independentes, com o objetivo de que eles decidam sobre quais conteúdos deveriam permanecer ou serem retirados da plataforma.

O problema, diz o Facebook, é que nenhuma empresa deveria ser responsabilizada por policiar o que os usuários dizem e fazem online. Ele argumentou que o Facebook tem enfrentado muitas decisões sensíveis e por impactarem toda uma indústria, não podem decidir sozinhos.

Observo certa honestidade nesta ação. Mas não podemos esquecer o longo histórico de passividade da empresa. Segundo críticos (e eu concordo), o problema real é que o Facebook ainda não instaurou (estamos falando de anos) processos suficientes para corrigir os problemas mais evidentes das suas plataformas. Milhares de denúncias legítimas de usuários ao Instagram são tratadas com a resposta automatizada “as postagens não violam os padrões da empresa”. Eu e membros do colaborativo ElasInTech e da Rede Mulher Empreendedora, recebemos esta resposta infame há poucos dias, ao denunciarmos um perfil no Instagram que publica conteúdos desqualificando as capacidades da mulher empreendedora.

Acredito que nunca seja tarde para corrigir uma falha, desde que realmente ela seja executada com transparência pelo bem comum. 

Vamos acompanhar no que isto vai dar.

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