Como salvar as salas e profissionais de cinema?

Afetados pela pandemia, profissionais de cinema estão vendo um filme-catástrofe por dia
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Ninguém admite, mas a prometida volta do cinema em julho é um filme de ficção. Um drama. E dos mais tristes. Afinal, a pandemia do coronavírus fechou salas no mundo inteiro e ninguém vai se arriscar em uma sala fechada com 200 pessoas tão cedo.

A derrocada começou com o novo 007 e o prejuízo cultural e econômico é inimaginável. Só em São Paulo são mais de 1000 salas de cinema fechadas e um monte de gente sem trabalhar. Os mais afetados, claro, são os profissionais que sustentam essa poderosa indústria: diretores e atores independentes, figurinistas, roteiristas, projetistas… Mas, o que poderia ser feito para impedir a extinção das salas e profissionais de cinema no Brasil?

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Criar um fundo de amparo ao distribuidor

Não só o governo poderia atuar – principalmente pra salvar os cinemas de rua – como o setor privado. A Lei Rouanet poderia ter um ponto específico para esse momento, incentivando os empresários a ajudarem o setor.

Live streaming e novos conteúdos

E se as estreias que estavam programadas acontecessem virtualmente? Os estúdios poderiam disponibilizar os filmes para serem vistos online, como um serviço de streaming temporário. Você compra o bilhete virtual e pode ver o filme durante algumas horas. Esse bilhete virtual, inclusive, poderia dar acesso à conteúdos exclusivos, que sairiam nos DVD`s, a fim de atrair mais público, e dinamizar a experiência do expectador.

Um exemplo ótimo de como esse tipo de conteúdo extra pode ajudar veio da Paris Filmes. Prestes a lançar Depois a Louca Sou Eu, adaptado do livro da escritora Tati Bernardi, a empresa criou uma série inspirada no contexto da história, protagonizada por Débora Falabella

Outra forma que poderia ajudar seria o streaming para cada de rede de cinema. O Belas Artes À Lá Carte, do cinema Belas Artes, em São Paulo, é um exemplo ótimo.

Barato, com um catálogo rico em clássicos, seria uma forma de recuperar a verba perdida pelo coronavírus dos distribuidores?

Plano de assinaturas

Outra solução que poderia funcionar seria a compra de pacotes de ingressos para até 3 filmes por mês. A antecipação de compra tem sido uma solução usada por bares, lojas e shows, e conta com a sensibilização do público para que a máquina na pare e toda a cadeia produtiva envolvida tenha condições de sobreviver. No cinema, não seria diferente. A salas poderiam usar esse dinheiro para se sustentarem até a abertura completa.

Venda para a televisão temporária

Não sei como funciona a venda de um filme pra TV aberta, mas e se os estúdios negociassem a estreia do filme com um canal? O canal, por sua vez, negociaria a cota de patrocínio e transformaria toda casa do país numa “sala de cinema”.

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Terá uma parte 2?

Ninguém sabe muito bem como será o futuro, muito menos se a retomada das salas acontecerá em julho. Por enquanto é um otimismo melancólico.

Essas ideias são um exercício igualmente esperançoso com uma indústria que vive pela ficção, mas precisa de solução real, urgente e que, sobretudo, proteja a vida das pessoas. Ainda que o cinema seja uma paixão pra muita gente, ele não está acima da segurança de todo mundo que dedica sua vida a ele.

E você? Como acha que poderíamos não ver esse filme-catástrofe?

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