
O festival de música do SXSW 2025 já começou, e a Flatstock – a renomada exposição de pôsteres de shows, criada por alguns dos artistas mais influentes do mundo – abriu suas portas. Os destaques de hoje nos deixaram com uma pergunta intrigante: será que os humanos ainda terão um papel a desempenhar?
Tom Morello & John Fogerty
Tom Morello, guitarrista inovador e referência em bandas como Rage Against the Machine e Audioslave, entrevistou John Fogerty, lenda do Creedence Clearwater Revival, em uma conversa sobre música e legado. Morello trouxe uma reflexão marcante:
“Se quer ser famoso, estude os algoritmos. Se quer ser músico, pratique. Mas se quer ser artista, descubra dentro de você o que tem de novo para compartilhar.”
Fogerty, que está celebrando 80 anos, destacou a gratidão como essencial em sua trajetória e relembrou os sucessos que marcaram gerações.
10 mitos sobre IA desmistificados

Sandy Carter apresentou uma análise aprofundada sobre os impactos da inteligência artificial, desmistificando 10 crenças populares. Segundo a McKinsey, a IA pode agregar até US$ 13 trilhões ao PIB global até 2030, tornando-se essencial para setores como finanças, entretenimento e logística.
Carter enfatizou que o sucesso da IA depende de dados de alta qualidade, confiança e avanços nos agentes inteligentes. Apresentou aplicações práticas – desde marketing personalizado até suporte ao cliente mais eficiente – e explorou o potencial da IA no desenvolvimento de robôs e humanoides.
Ela encorajou os participantes a adotarem uma abordagem “IA em primeiro lugar”, incentivando inovação e pensamento crítico para navegar nesse cenário em transformação.

Entre os mitos abordados:
- “IA é apenas uma tendência tecnológica.” Na realidade, já faz parte do cotidiano, desde recomendações da Netflix até robôs logísticos da Amazon.
- “IA não é confiável.” Se implementada de forma responsável, pode oferecer transparência e segurança, reduzindo vieses.
- “IA substituirá meu trabalho.” Embora automatize algumas funções, também impulsiona novas oportunidades e a colaboração humano-máquina.
- “Minha marca não será impactada pela IA.” Hoje, 45% das pessoas usam IA para se informar sobre marcas, tornando o marketing mais personalizado.
- “Implementar IA é muito complexo.” Ferramentas low-code e no-code facilitam sua adoção por profissionais não técnicos.
- “Qualquer dado serve para a IA.” A qualidade dos dados é essencial para sua precisão e desempenho.
- “IA é só software.” O futuro inclui hardware avançado, como robôs e dispositivos físicos.
- “Agentes de IA se limitam a modelos de linguagem.” A diversidade de agentes está crescendo, ampliando as aplicações.
- “Não consigo acompanhar o ritmo da IA.” Com aprendizado contínuo, é possível não só acompanhar, mas se destacar.
- “IA é impessoal.” Pode, na verdade, criar experiências altamente personalizadas e transformadoras.
Durante a palestra, Carter convidou Dani Damasi, da Psyonic, para demonstrar um braço biônico impulsionado por IA. Damasi compartilhou sua experiência com próteses desde a infância e mostrou como o dispositivo, equipado com 30 sensores, proporciona feedback tátil. Ele ressaltou os esforços da Psyonic para tornar essa tecnologia mais acessível, incluindo um fundo de apoio para aqueles que não podem arcar com os custos.
Japão já vive 2050 com suas startups

O debate sobre o ecossistema japonês de inovação foi moderado por Toshiaki Shimakawa, CEO da IVS, e abordou o avanço do país em deep tech e entretenimento.
Kathy Liu, vice-presidente da Osaka Plug and Play Japan, destacou o crescimento de startups universitárias e o fortalecimento do setor de deep tech, com seis dos dez maiores unicórnios japoneses atuando em áreas como robótica e metamateriais.
Shunsuke Toya, CEO da Prodone Co, discutiu inovações na manufatura e nos drones, incluindo um modelo híbrido capaz de pousar no mar e mergulhar até 330 pés de profundidade, utilizado para levantamentos subaquáticos e desminagem marítima.
Hirokazu Mashita, diretor da SGgrow Pte, destacou a força do Japão no mercado de propriedade intelectual, impulsionado por anime e games, e enfatizou que as maiores oportunidades estão na produção criativa, não nas plataformas.
A sessão concluiu com insights sobre engajamento internacional e programas como o Station AI e iniciativas da Prefeitura de Kyoto para fortalecer o setor.
Delivery com drones já é realidade

O painel sobre entregas por drones reuniu Adam Woodworth (Wing), Warren Moore (Walmart) e Clinton Purtell (Universidade do Norte do Texas), que discutiram os avanços e desafios dessa tecnologia.
A Wing já opera com o drone “Hummingbird” 7000, capaz de transportar até 2,3 libras. O Walmart, por sua vez, já realizou 450 mil entregas por drone em 18 lojas na região de Dallas-Fort Worth, com 30% dos pedidos sendo concluídos em menos de uma hora.
Entre os principais desafios, destacam-se as regulamentações e a aceitação do público. Os especialistas apontaram estratégias para expandir o serviço, incluindo:
- Escala e custos fixos: Distribuir despesas em mais voos e regiões.
- Prontidão tecnológica: Melhorias incrementais sem necessidade de grandes inovações.
- Eficiência operacional: Automação, padronização e protocolos de segurança.
- Viabilidade econômica: Expansão gradual e otimização de rotas.
- Conformidade regulatória: Certificações e diálogo com autoridades.
- Foco no cliente: Aprimoramento com base no feedback dos usuários.
O painel concluiu que o crescimento gradual será essencial para consolidar o delivery por drones, que desperta curiosidade, mas ainda enfrenta resistência do público.
Quer ver tudo isso em ação? Assista ao vídeo com os highlights do evento e acompanhe os melhores momentos dessa experiência!

Conteúdo produzido por Paula Romano, Leila Girassol e Washington Ribeiro in loco, em Austin, no SXSW 25.