Com o avanço da vacinação e a diminuição gradual das restrições relacionadas à pandemia de Covid-19 em todo o país, as empresas e os profissionais que puderam trabalhar remotamente passam a se preparar para o retorno aos escritórios. De acordo com uma pesquisa realizada com mais de 1 mil respondentes pelo LinkedIn, maior rede social profissional do mundo, 90% dos brasileiros acreditam que é importante que as empresas exijam a vacinação contra Covid-19 nesta volta. O Brasil apresenta uma das maiores porcentagens neste quesito, ficando à frente de outros países, como Espanha (71%) e México (86%).
Para Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para América Latina, este é um reflexo do momento que estamos vivendo. “As medidas de saúde e segurança são uma preocupação ao redor do mundo, mas é possível perceber que os brasileiros vêem a vacina como um ponto essencial. Como nunca tivemos um cenário similar, este momento é muito mais de dúvidas do que de certezas. Por isso, o levantamento do LinkedIn busca trazer a perspectiva dos funcionários do Brasil para ajudar todas as empresas a se prepararem. Saber quais são os receios dos profissionais pode ajudar no planejamento. Fica evidente que estão dispostos a voltar para o ambiente físico de trabalho, mas precisam se sentir seguros para isso”, afirma.
A pesquisa também revelou que cerca de 84% dos respondentes acreditam que testes de Covid-19 são, de alguma forma, relevantes para esta volta aos escritórios e 85% dizem que perguntarão para seus gerentes, colegas e outras pessoas que interagem diariamente se eles tomaram a vacina.
Modelo híbrido
O estudo do LinkedIn também apurou os modelos de trabalho desejados pelos profissionais e identificou que 43% deles preferem o modelo híbrido de trabalho onde uma parte do tempo é passada de casa e a outra em algum espaço físico da empresa. Cerca de 27% apontam que estar na empresa presencialmente durante 100% de sua jornada seria a melhor opção e 30% dizem que gostariam de fazer home office em tempo integral.
Aqueles que afirmaram que preferem trabalhar de casa – seja parcial ou integralmente – apontam alguns motivos, como: evitar o transporte diário para chegar aos escritórios (45%), ter uma vida profissional mais balanceada (45%), ser mais produtivo(a) (33%), manter a saúde mental em dia (31%) e facilitar o cuidado com os filhos, já que não há a necessidade de estar presencialmente 100% do tempo (20%).
Já os profissionais que gostariam de estar no escritório em algum momento afirmam que, entre as razões para este retorno, estão o fato de acreditarem ser mais produtivos no ambiente de trabalho (51%), a possibilidade de estarem perto de outras pessoas e colegas (46%) e as oportunidades de carreira ao se relacionarem presencialmente com os times (41%).
Apesar deste cenário, mais de 56% dos brasileiros concordam que há um estigma negativo para aqueles que trabalham remotamente. Entre as razões apontadas, os respondentes afirmam que aqueles que optarem por exercerem suas funções nos escritórios são mais propensos a serem favorecidos por seus gestores e colegas mais sêniores, o que impactaria o desenvolvimento de suas carreiras.
“Aqui no Brasil, as empresas colocam muito peso na presença física dos funcionários. Para muitas delas, o fato do(a) profissional estar no escritório e cumprir uma jornada de 8 horas pode valer mais do que ele(a) ser super produtivo(a) trabalhando de casa em horários alternativos. Já é possível perceber que este é um pensamento que não corresponde à realidade. Estamos vendo novos modelos que exigem confiança entre os trabalhadores e as empresas e que mostram que é possível avaliar pelas entregas e não pelas horas na frente do computador. Não há uma fórmula mágica e, daqui para frente, teremos que testar para entender o que é melhor. É um processo de aprendizado contínuo que vai exigir ajustes ao longo do caminho”, conclui Milton Beck.
Habilidades mais demandadas
Com a expectativa da volta aos escritórios, os profissionais foram questionados sobre quais as habilidades que eles consideram mais importantes para este momento, sendo elas:
- Comunicação (57%)
- Inteligência emocional (45%)
- Aprendizado contínuo (36%)
- Adaptabilidade (33%)
- Criatividade (33%)
De acordo com Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para América Latina, as competências comportamentais já eram importantes antes da pandemia, mas agora elas são indispensáveis. “Os profissionais precisam estar preparados e dispostos a reaprenderem as dinâmicas do ambiente de trabalho. Por outro lado, as empresas devem repensar seus escritórios para além de simplesmente um espaço físico. Eles serão lugares de troca, onde as pessoas conhecerão a cultura organizacional e terão a possibilidade de aprenderem por “osmose”, ou seja, vendo outros exercerem suas funções. A pausa do cafezinho, além de um descanso que todos precisamos, é um momento em que podemos conversar, conhecer uns aos outros e trocar experiências.”
Para apoiar os profissionais neste momento, o LinkedIn também está disponibilizando cursos gratuitos baseados nas habilidades mais demandadas de setembro a 15 de outubro de 2021, sendo eles:
- A Linguagem Corporal da Liderança, de Carol Kinsey Goman – Descubra a importância da linguagem corporal para líderes, explorando dicas simples e eficazes sobre comunicação com gestos e postura.
- Liderança com Inteligência Emocional, de Britt Andreatta – Saiba como desenvolver a inteligência emocional para atuar melhor ao liderar equipes, trabalhar com os colegas e gerenciar as relações com os superiores.
- Pensamento Estratégico, de Dorie Clark – Descubra como usar o pensamento estratégico ao dar direção a suas equipes e buscar soluções para problemas de negócios.
- Como se Comunicar com Confiança, de Jeff Ansell – Saiba como parecer mais confiante, usar seu corpo e a linguagem para expressar melhor as ideias e superar a ansiedade.
- Gestão de Profissionais de Alto Potencial, de Sara Canaday – Compreenda as perspectivas e motivações dos profissionais de alto potencial para atender às expectativas deles e fornecer o nível adequado de apoio e desenvolvimento de que precisam.
Metodologia
A pesquisa contou com 1.000 respondentes que trabalhavam no escritório antes da pandemia e que tiveram que exercer suas funções de casa em algum momento devido às restrições/protocolos de segurança de Covid-19 no Brasil. Cerca de 56% dos brasileiros entrevistados não são brancos (‘Pardo’, ‘Negro’, ‘Amarelo’ ou ‘Indígena’).