Be Water: novo documentário sobre Bruce Lee

Assim como os seguidores mais radicais de Lennon e Elvis duvidam até hoje que seus ídolos tenham passado desta para uma melhor, Bruce Lee também segue vivo no imaginário de legiões de fãs em todo o mundo.

45 anos após a morte prematura da lenda das artes marciais e astro de cinema, sua história permanece mais como um mito do que como a trajetória de um homem cuja vida era cheia de complexidade e luta (com perdão ao irresistível trocadilho).

Combinando imagens raras de filmes e gravações de áudio com seus próprios escritos e entrevistas com seus entes queridos mais próximos, Be Water, dirigido por Bao Nguyen e produzido por Julia Nottingham teve a sua premiere no Festival de Sundance, que rolou de 23 de janeiro a 02 de fevereiro neste ano.

O documentário – que teria sua premiere especial no SXSW – é um retrato íntimo e em camadas de um homem sino-americano oprimido que foi capaz de transcender o racismo, o colonialismo e a xenofobia para se tornar uma das figuras pop mais influentes do nosso tempo.

A obra vem como uma resposta pungente logo após a polêmica envolvendo Quentin Tarantino e seu excelente “Era uma vez em… Hollywood”, que foi duramente criticado pelo retrato exibicionista de Bruce Lee – e até acusado de racismo por muitos. Shannon Lee, filha do ator, se pronunciou a respeito, dizendo ter se sentido ofendida e desconfortável com a cena, que você confere abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=F58qFsI74Gs

Tarantino, fã assumido do astro, respondeu à polêmica explicando que o personagem era fictício, mas que ainda assim, o comportamento e as declarações de Bruce Lee foram baseadas em seu conhecimento do ator, fundamentado em estudos e biografias: 

“Bruce Lee era meio que um cara arrogante. O jeito que ele falava… Eu não inventei, ouvi ele falar coisas como essas. As pessoas me dizem ‘ele nunca disse que poderia derrotar Muhammad Ali’ e sim, ele disse. Não só ele disse isso, sua esposa disse isso. A primeira biografia dele que li foi Bruce Lee: The Man Only I Knew, de Linda Lee, e ela absolutamente disse isso.”

Em entrevista ao IndieWire, Julia Nottingham comentou sobre as críticas apontadas à interpretação de Lee em “Era uma vez em… Hollywood”, e se o filme oferece ou não um retrato fiel do ícone: “Na minha opinião, foi uma decisão infeliz que parece ser uma caricatura de alguém que tem muitos lados diferentes. Foi uma pena que essa foi a única visão de Bruce que tivemos, porque há muito mais.”

Polêmicas à parte, reveja aqui um trecho do inesquecível monólogo “Be Water”:

6 comments
  1. Bruce foi e continua sendo um ícone,o ponto de partida,quando a questão é Artes Marciais.
    Em sua época ele ja aplicava tecnicas de luta de Chão, enquanto muitos atletas acreditam ser uma nova modalidade ou uma modalidade mais recente
    Bruce é um Sol, comparado aos melhores Praticantes,porque ele conhecia as artes marciais de dentro Para fora
    Espírito,corpo e alma.
    O que vejo muito de uns 35 anos para cá, é a força bruta querendo imitar a Arte

    1. Bruce sempre foi o ícone real das artes marciais. Jamais houve alguém como ele em artes marciais. Muitos o desafiam porque ele não está mais vivo, porque não conheceram a velocidade dos golpes desse artista marcial. Boa matéria e creio que Bruce derrotaria facilmente Muhammad ali.

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