Grandes ideias surgem de dores que as pessoas ainda nem sabem que existem. Mobilidade urbana: para além do transporte público, quem necessitava de uma abordagem mais rápida, usava um táxi, certo?
Parecia um setor muito bem desenhado e definido, mas a real é que a acessibilidade para o tipo de serviço que o táxi propõe nunca foi totalmente democratizada. É seguro afirmar que 80% dos brasileiros só usavam o recurso em caso de alguma emergência.
As tarifas cobradas por taxistas sempre foram acima do custo. E o transporte público nem sempre é a melhor situação. Pois bem, é preciso dizer isso porque Garrett Camp e Travis Kalanick, dois empreendedores não muito conhecidos na época, lá para meados do começo da década de 2010, estavam em Paris e precisavam justamente de um carro.
Paris é uma cidade turística – o que torna esse tipo de serviço ainda mais caro e mais disputado. De volta para o Vale do Silício, onde os dois residiam, observaram que essa era de fato uma dor. Sentiram na pele.
Rabiscaram um modelo de negócios que deu origem ao MVP da Uber em 2012: mobilidade urbana através de caronas em carros de luxo. Esse ar “premium” que eles queriam dar não foi muito bem expressado naquele primeiro momento – não era uma questão do carro, e sim do serviço.
Em 2012, a empresa expandiu sua presença para Londres e começou a incluir frota de táxis convencionais. Os altos investimentos conseguidos entre os anos de 2011 e 2015 favoreceram o crescimento da Uber, dando a vazão ao seu principal equity: oferecer preços compatíveis.
A expansão tornou possível o que eles queriam desde lá o início: oferecer um serviço premium. Mas não de luxo – e sim de acessibilidade a algo que era restrito. Hoje, qualidade premium é sustentada pela agilidade, praticidade de procura e usabilidade do aplicativo, segurança e previsibilidade proporcionadas além, claro, da exigência na qualidade do atendimento por parte dos motoristas.
Diferentemente do serviço prestado por táxis convencionais, o motorista Uber não cobra diretamente do usuário por cada viagem que realiza, mas recebe uma remuneração da empresa em percentual ao valor da viagem percorrida.
Isso faz com que os preços sejam sim, baseados em algoritmos geográficos que consideram o melhor percurso e distância, mas que também se alteram com base na oferta de motoristas e demanda dos usuários.
Em maio de 2019, a Uber já era avaliada em US$ 120 bilhões.
Ao longo dos anos, a startup aprimorou seu modelo de negócios, criando opções que melhor atendessem aos diferentes tipos de público. Hoje está presente em mais de 600 cidades do mundo, são cerca de 75 milhões de usuários, 3 milhões de motoristas associados e uma média de 15 milhões de viagens diárias.
A Uber chegou ao Brasil em 2014, atuando apenas na cidade do Rio de Janeiro. Hoje, o Brasil é o segundo maior mercado da Uber, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
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